Denise Bottmann's Blog, page 51
March 24, 2013
bibliotheca de auctores russos
apresento abaixo a relação consolidada das obras publicadas pela coleção "bibliotheca dos auctores russos" pela georges selzoff, editor, na ordem cronológica que pude apurar.
I. catálogo
Maximo
Gorki, Konovaloff, contendo também “A
feira”, “Kirilka” e “Uma vez, no outomno”. [Sem créditos de tradução.] 1931. 156 p.
Anton
Tchecoff, Os inimigos, trazendo
também os seguintes contos: "Delírio (Gussieff)", "Algazarra em
família", "No carro (O caminho da mestre-escola)",
"Verotchka", "Estudante”, “Lenda sueca (O conto do jardineiro
chefe)", "Zinotchka" e "Uma noite atroz". [Sem créditos de tradução.] 1931. 178 p.
Anton
Tchecoff, O pavilhão n. 6, contendo
também “A desgraça”, “A felicidade”, “A obra de arte” e “Os simuladores” (edição
ilustrada). [Sem créditos de tradução.] 1931. 187 p.
Leon
Tolstoi, Khadji Murat (edição
ilustrada). [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 173 p.
Feodor
Dostoievski, Um jogador (das notas de um
rapaz). Igrok. [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 170 p.
Leon
Tolstoi, Padre Sergio (vinhetas e
ilustrações de M. Barychnikoff). [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 176
p.
Leonide
Andreieff, Judas Iscariotes (capa e
ilustração de M. Barychnikoff). [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 141 p.
Leonide
Andreieff, Os sete enforcados. Traducção
integral do original russo por Georges Selzoff e Orígenes Lessa. 1932. 150
p.
Ivan
Turguenieff, Ninho de fidalgos (ilustrações
de Inne Zueff). Traducção integral do original russo por Georges Selzoff e Elsie Lessa. 1932. 184 p.
Ivan
Turguenieff, Águas da primavera. Traducção integral do original russo por Georges Selzoff e Brito Broca. 1932. 201 p.
II. destino ulterior
os sete enforcados foi reeditado na antologia organizada por rubem braga, os russos: antigos e modernos, editora leitura, 1944. essa antologia se encontra atualmente no catálogo da ediouro, com o título de contos russos: os clássicos. a tradução, porém, vem atribuída apenas a orígenes lessa. em seu prefácio, rubem braga se limita a dizer: Alegro-me pelo fato de poder apresentar em tradução direta do russo duas obras-primas: "O capote" e "Os sete enforcados". Ambos foram traduzidos por escritores brasileiros em colaboração com sabedores de russo.
destino mais triste teve os sete enforcados na coleção "grandes romances universais", da w. m. jackson, volume 7, com várias reedições a partir de 1947. não consta nenhum crédito de tradução nem a origem editorial do texto. no verso da página de rosto, diz-se apenas "Tradução revista e adaptada para esta Coleção pelo Departamento Editorial de W. M. Jackson Inc.".
destino igualmente infame, no mesmo volume da mesma coleção da w. m. jackson, teve khadji murat, também apresentada como "Tradução revista e adaptada para esta Coleção pelo Departamento Editorial de W. M. Jackson Inc.".
a única tradução do catálogo da georges selzoff a ter sobrevivência minimamente decente foi águas da primavera, reeditada algumas vezes pela melhoramentos nos anos 1950. na página de rosto consta "tradução revista por marina stepanenko"; no verso da página de rosto, constam os devidos créditos: "Esta obra foi, inicialmente, publicada na Biblioteca de Autores Russos de Georges Selzoff, em tradução de Brito Broca e Georges Selzoff".
observação: a partir de 1957, a cultrix criou uma coleção chamada maravilhas do conto universal, que sistematicamente debulhava catálogos alheios e respigava, sem créditos, traduções de contos que lhe interessavam. no volume de maravilhas do conto russo, há "a obra de arte", de tchecov. não sei se a origem foi a "bibliotheca de auctores russos". caberia pesquisar.
creio que seria muito útil para a memória da bibliografia russa traduzida no brasil a digitalização das obras publicadas pela bibliotheca de auctores russos, da georges selzoff & cia. ltda.
acompanhe a crônica de selzoff aqui.
para essa reconstituição, devo várias informações a gutemberg medeiros, josé mota victor e bruno gomide.
I. catálogo
Maximo
Gorki, Konovaloff, contendo também “A
feira”, “Kirilka” e “Uma vez, no outomno”. [Sem créditos de tradução.] 1931. 156 p.
Anton
Tchecoff, Os inimigos, trazendo
também os seguintes contos: "Delírio (Gussieff)", "Algazarra em
família", "No carro (O caminho da mestre-escola)",
"Verotchka", "Estudante”, “Lenda sueca (O conto do jardineiro
chefe)", "Zinotchka" e "Uma noite atroz". [Sem créditos de tradução.] 1931. 178 p.
Anton
Tchecoff, O pavilhão n. 6, contendo
também “A desgraça”, “A felicidade”, “A obra de arte” e “Os simuladores” (edição
ilustrada). [Sem créditos de tradução.] 1931. 187 p.
Leon
Tolstoi, Khadji Murat (edição
ilustrada). [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 173 p.
Feodor
Dostoievski, Um jogador (das notas de um
rapaz). Igrok. [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 170 p.
Leon
Tolstoi, Padre Sergio (vinhetas e
ilustrações de M. Barychnikoff). [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 176
p.
Leonide
Andreieff, Judas Iscariotes (capa e
ilustração de M. Barychnikoff). [Sem créditos de tradução, porém elementos indicam tradução a quatro mãos com Allyrio M. Wanderley.] 1931. 141 p.
Leonide
Andreieff, Os sete enforcados. Traducção
integral do original russo por Georges Selzoff e Orígenes Lessa. 1932. 150
p.
Ivan
Turguenieff, Ninho de fidalgos (ilustrações
de Inne Zueff). Traducção integral do original russo por Georges Selzoff e Elsie Lessa. 1932. 184 p.
Ivan
Turguenieff, Águas da primavera. Traducção integral do original russo por Georges Selzoff e Brito Broca. 1932. 201 p.
II. destino ulterior
os sete enforcados foi reeditado na antologia organizada por rubem braga, os russos: antigos e modernos, editora leitura, 1944. essa antologia se encontra atualmente no catálogo da ediouro, com o título de contos russos: os clássicos. a tradução, porém, vem atribuída apenas a orígenes lessa. em seu prefácio, rubem braga se limita a dizer: Alegro-me pelo fato de poder apresentar em tradução direta do russo duas obras-primas: "O capote" e "Os sete enforcados". Ambos foram traduzidos por escritores brasileiros em colaboração com sabedores de russo.
destino mais triste teve os sete enforcados na coleção "grandes romances universais", da w. m. jackson, volume 7, com várias reedições a partir de 1947. não consta nenhum crédito de tradução nem a origem editorial do texto. no verso da página de rosto, diz-se apenas "Tradução revista e adaptada para esta Coleção pelo Departamento Editorial de W. M. Jackson Inc.".
destino igualmente infame, no mesmo volume da mesma coleção da w. m. jackson, teve khadji murat, também apresentada como "Tradução revista e adaptada para esta Coleção pelo Departamento Editorial de W. M. Jackson Inc.".
a única tradução do catálogo da georges selzoff a ter sobrevivência minimamente decente foi águas da primavera, reeditada algumas vezes pela melhoramentos nos anos 1950. na página de rosto consta "tradução revista por marina stepanenko"; no verso da página de rosto, constam os devidos créditos: "Esta obra foi, inicialmente, publicada na Biblioteca de Autores Russos de Georges Selzoff, em tradução de Brito Broca e Georges Selzoff".
observação: a partir de 1957, a cultrix criou uma coleção chamada maravilhas do conto universal, que sistematicamente debulhava catálogos alheios e respigava, sem créditos, traduções de contos que lhe interessavam. no volume de maravilhas do conto russo, há "a obra de arte", de tchecov. não sei se a origem foi a "bibliotheca de auctores russos". caberia pesquisar.
creio que seria muito útil para a memória da bibliografia russa traduzida no brasil a digitalização das obras publicadas pela bibliotheca de auctores russos, da georges selzoff & cia. ltda.
acompanhe a crônica de selzoff aqui.
para essa reconstituição, devo várias informações a gutemberg medeiros, josé mota victor e bruno gomide.
Published on March 24, 2013 08:45
georges selzoff, V
consta que selzoff teria feito uma versão d'a marquesa de santos para sua língua materna. é o que afirma fernando jorge em seu livro vida, obra e época de paulo setúbal, um homem de alma ardente, pela geração editorial, 2003, aqui:
devido à ausência de fontes e referências, porém, fica difícil não só corroborar a informação, mas também saber se, onde e quando essa sua versão do romance histórico de paulo setúbal teria sido publicada.
devido à ausência de fontes e referências, porém, fica difícil não só corroborar a informação, mas também saber se, onde e quando essa sua versão do romance histórico de paulo setúbal teria sido publicada.
Published on March 24, 2013 07:32
March 23, 2013
zoran ninitch, IV
nessa sequência de apontamentos para uma breve crônica sobre o croata zoran ninitch, estabelecido no brasil desde 1924, apresentei até agora sua iniciativa editorial na machado & ninitch, aqui, suas versões de obras latino-americanas para o iugoslavo, aqui, e um pequeno episódio envolvendo sua pessoa, alfonso reyes e mariano azuela, aqui.
agora passo às traduções de zoran ninitch para o português. concentram-se na maioria entre os anos de 1933 e 1934. localizei as seguintes:
I. sem data:
pela livraria moura, temos de stefan zweig os olhos do irmão eterno, que a casa stefan zweig dá como "edição pirata, início dos anos 1930, provavelmente a primeira obra de SZ em português".
de jakob wassermann, temos pela editora guanabara christovão colombo, o don quixote dos mares, sem data. o worldcat cita 1933 como ano de edição e o arquivo da biblioteca nacional da alemanha cita 1938. não localizei nenhuma referência ao lançamento desse livro em nossa hemeroteca digital para a década de 1930.
II. 1933:
a primeira tradução brasileira de darwin, a descendência do homem e a selecção sexual, pela livraria editora marisa, em 1933, "edição comemorativa do primeiro centenário da viagem do beagle à américa do sul e às costas do brasil". dispomos de um exemplar em nosso acervo nacional:
Autor: Darwin, Charles Robert, 1809 - 1882.
Título / Barra de autoria:A descendencia do homem e a seleção sexual.
Imprenta:Rio, Ed. Marisa, 1933.
Descrição física:224 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran trad.
Classificação Dewey:
Edição:575.8
Indicação do Catálogo:I-307,3,25
rasputin e a imperatriz, de val lewton (pseudônimo do ucraniano vladimir ivan leventon), pela editora civilização brasileira, em 1933, com a especificação "única tradução autorizada":
um misterioso o sequestro do capitão sindbad, romance policial de aventuras, de um ainda mais misterioso "dobersav", pela livraria editora marisa, também em 1933. temos um exemplar em nosso acervo:
Autor: Dobersav.
Título / Barra de autoria:O sequestro do capitão Sindbad, romance policial de aventuras.
Imprenta:Rio de Janeiro, Liv. ed. Marisa, 1933.
Descrição física:208 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitsch, Zoran.
Classificação Dewey:
Edição:813
Indicação do Catálogo:II-285,2,11
também pela livraria editora marisa, temos:
Autor: Vanino, Eugenio.
Título / Barra de autoria:As minhas tres mulheres, romance realista.
Imprenta:Rio, Ed. Marisa, 1933.
Descrição física:209 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran trad.
Classificação Dewey:
Edição:808.831
Indicação do Catálogo:808.831/V258m
III. 1934:
Autor: Berzin, Julio.
Título / Barra de autoria:100% de amor, volupia e especulação (Amor e especulação no paiz dos soviets) romance.
Imprenta:Rio de Janeiro, Marisa, ed., [1934?]
Descrição física:175 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran trad.
Classificação Dewey:
Edição:891.73
Indicação do Catálogo:891.73/B553o7
embora a data seja incerta no cadastro em nosso acervo, creio ser possível afiançar que o livro saiu mesmo em 1934, devido a uma nota dada no diário da noite em 08 de maio daquele ano, anunciando o lançamento.
a seguir temos:
Autor: Kalinikov, Iosif.
Título / Barra de autoria:A tragedia sexual de leon Tolstoi.
Imprenta:Rio de Janeiro, Ed. Marisa, 1934.
Descrição física:370 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Tolstoi, Lev Nikolaevich, graf., 1828-1910.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran, trad.
Classificação Dewey:
Edição:921
Indicação do Catálogo:921/T654/K14t
e
Autor: Urbantschitsch, Rudolf.
Título / Barra de autoria:Biologia pratica (do universo ao ego).
Imprenta:Rio de Janeiro, Marisa, 1934.
Descrição física:283 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Vida.
Entradas secundárias:Ninitche, Zoran.
Passos, Alexandre.
Classificação Dewey:
Edição:111
Indicação do Catálogo:II-411,5,2
note-se que, das nove traduções de ninitch localizadas até essa data, seis saíram pela livraria editora marisa. isso parece indicar uma colaboração bastante estável. porém, a partir de certa altura de 1934, nota-se uma dispersão entre as casas editoras.
pela editora mundial sai a mulher e a paisagem, de stefan zweig, acompanhado por e senhor de são francisco, de ivan búnin, que acabara de receber o prêmio nobel de 1933:
pela gráfico-editora unitas, de são paulo, sai mais um livro de stefan zweig, a confusão dos sentimentos:
um dado interessante nessa edição da unitas é que o worldcat apresenta os créditos de tradução não só em nome de zoran ninitch como também no de elias davidovitch:
A confusão dos sentimentos
Autor:Stefan Zweig; Elias Davidovich; Zoran Ninitch
Editora:S[ão] Paulo Gráfico-Editora Unitas 1934
é um elemento não insignificante, que será tema específico de outro post. posso adiantar que se refere a aspectos concernentes à tradução e divulgação de freud no brasil.
a seguir temos uma sequência de quatro traduções para a atlântida editora:
Autor: Kerschensteiner, Georg Michael Anton, 1854-1932.
Título / Barra de autoria:A alma do educador e o problema da formação do professor.
Imprenta:Rio, Atlantida ed., 1934.
Descrição física:147 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Educadores.
Professores, Formação profissional de.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran, trad.
Classificação Dewey:
Edição:370.7
Indicação do Catálogo:370.7/K39s7/1934
de hoelzer, elizabeth d'austria (a tragédia do mayerling), atlântida, 1934:
dois stefan zweig em seguida, nietzsche e casanova:
Autor: Zweig, Stefan, 1881-1942.
Título / Barra de autoria:Nietzsche.
Imprenta:Rio de Janeiro, Atlantida ed. 1934.
Descrição física:206 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Nietzsche, Friedrich Wilhelm, 1844-1900.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoron trad.
Magalhães, Roberto.
Classificação Dewey:
Edição:920
Indicação do Catálogo:I-256,2,7
Casanova
Autor:
Stefan Zweig; Zoran Ninitch
Editora:
Rio [de
Janeiro] Atlantida Editora 1934
fonte: worldcat
é em 1934 que zoran ninitch firma sociedade com um certo machado, assim nascendo a machado & ninitch ltda., a qual opera como tipografia e editora. já listei seu catálogo aqui; recapitulando, as traduções de ninitch publicadas na casa são:
thomas mann, mario e o mágico;
stefan zweig, ocaso de um coração e mystério da rua sem luar;
mihály babits, o filho de virgilio timár.
quanto ao livro do húngaro mihály babits, essa tradução dará azo em 1934/35 a um grande entrevero entre ninitch e alguns setores da numerosa colônia iugoslava residente em são paulo. será tema também de outro post.
entre as publicações da machado & ninitch, há dois textos de freud, pensamentos sobre guerra e morte e o múltiplo interesse da psicanálise. não descobri quem os traduziu. mas o psicanalista gastão pereira da silva cita uma carta de freud dirigida a ele, mencionando as traduções de ninitch. a nos basearmos nela e em outros elementos que apresentarei no post já prometido, é plausível supor que foi ele quem traduziu esses dois textos. transcrevo:
fonte: entrevista concedida em 1984 a marco antonio coutinho jorge, plínio leite dos santos jr. e teresa palazzo nazar, aqui.
IV. 1935:
cito ainda sua tradução de "o momento heroico", de stefan zweig, que foi publicada no diário carioca em 3 de novembro desse ano, pois será incluída no volume VII das obras completas de zweig, lançadas pela delta em 1960. aqui a parte inicial (continua na página seguinte do jornal):
acompanhe:
zoran ninitch, I
zoran ninitch, II
zoran ninitch, III
agora passo às traduções de zoran ninitch para o português. concentram-se na maioria entre os anos de 1933 e 1934. localizei as seguintes:
I. sem data:
pela livraria moura, temos de stefan zweig os olhos do irmão eterno, que a casa stefan zweig dá como "edição pirata, início dos anos 1930, provavelmente a primeira obra de SZ em português".
de jakob wassermann, temos pela editora guanabara christovão colombo, o don quixote dos mares, sem data. o worldcat cita 1933 como ano de edição e o arquivo da biblioteca nacional da alemanha cita 1938. não localizei nenhuma referência ao lançamento desse livro em nossa hemeroteca digital para a década de 1930.
II. 1933:
a primeira tradução brasileira de darwin, a descendência do homem e a selecção sexual, pela livraria editora marisa, em 1933, "edição comemorativa do primeiro centenário da viagem do beagle à américa do sul e às costas do brasil". dispomos de um exemplar em nosso acervo nacional:
Autor: Darwin, Charles Robert, 1809 - 1882.
Título / Barra de autoria:A descendencia do homem e a seleção sexual.
Imprenta:Rio, Ed. Marisa, 1933.
Descrição física:224 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran trad.
Classificação Dewey:
Edição:575.8
Indicação do Catálogo:I-307,3,25
rasputin e a imperatriz, de val lewton (pseudônimo do ucraniano vladimir ivan leventon), pela editora civilização brasileira, em 1933, com a especificação "única tradução autorizada":
um misterioso o sequestro do capitão sindbad, romance policial de aventuras, de um ainda mais misterioso "dobersav", pela livraria editora marisa, também em 1933. temos um exemplar em nosso acervo:
Autor: Dobersav.
Título / Barra de autoria:O sequestro do capitão Sindbad, romance policial de aventuras.
Imprenta:Rio de Janeiro, Liv. ed. Marisa, 1933.
Descrição física:208 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitsch, Zoran.
Classificação Dewey:
Edição:813
Indicação do Catálogo:II-285,2,11
também pela livraria editora marisa, temos:
Autor: Vanino, Eugenio.
Título / Barra de autoria:As minhas tres mulheres, romance realista.
Imprenta:Rio, Ed. Marisa, 1933.
Descrição física:209 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran trad.
Classificação Dewey:
Edição:808.831
Indicação do Catálogo:808.831/V258m
III. 1934:
Autor: Berzin, Julio.
Título / Barra de autoria:100% de amor, volupia e especulação (Amor e especulação no paiz dos soviets) romance.
Imprenta:Rio de Janeiro, Marisa, ed., [1934?]
Descrição física:175 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran trad.
Classificação Dewey:
Edição:891.73
Indicação do Catálogo:891.73/B553o7
embora a data seja incerta no cadastro em nosso acervo, creio ser possível afiançar que o livro saiu mesmo em 1934, devido a uma nota dada no diário da noite em 08 de maio daquele ano, anunciando o lançamento.
a seguir temos:
Autor: Kalinikov, Iosif.
Título / Barra de autoria:A tragedia sexual de leon Tolstoi.
Imprenta:Rio de Janeiro, Ed. Marisa, 1934.
Descrição física:370 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Tolstoi, Lev Nikolaevich, graf., 1828-1910.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran, trad.
Classificação Dewey:
Edição:921
Indicação do Catálogo:921/T654/K14t
e
Autor: Urbantschitsch, Rudolf.
Título / Barra de autoria:Biologia pratica (do universo ao ego).
Imprenta:Rio de Janeiro, Marisa, 1934.
Descrição física:283 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Vida.
Entradas secundárias:Ninitche, Zoran.
Passos, Alexandre.
Classificação Dewey:
Edição:111
Indicação do Catálogo:II-411,5,2
note-se que, das nove traduções de ninitch localizadas até essa data, seis saíram pela livraria editora marisa. isso parece indicar uma colaboração bastante estável. porém, a partir de certa altura de 1934, nota-se uma dispersão entre as casas editoras.
pela editora mundial sai a mulher e a paisagem, de stefan zweig, acompanhado por e senhor de são francisco, de ivan búnin, que acabara de receber o prêmio nobel de 1933:
pela gráfico-editora unitas, de são paulo, sai mais um livro de stefan zweig, a confusão dos sentimentos:
um dado interessante nessa edição da unitas é que o worldcat apresenta os créditos de tradução não só em nome de zoran ninitch como também no de elias davidovitch:
A confusão dos sentimentos
Autor:Stefan Zweig; Elias Davidovich; Zoran Ninitch
Editora:S[ão] Paulo Gráfico-Editora Unitas 1934
é um elemento não insignificante, que será tema específico de outro post. posso adiantar que se refere a aspectos concernentes à tradução e divulgação de freud no brasil.
a seguir temos uma sequência de quatro traduções para a atlântida editora:
Autor: Kerschensteiner, Georg Michael Anton, 1854-1932.
Título / Barra de autoria:A alma do educador e o problema da formação do professor.
Imprenta:Rio, Atlantida ed., 1934.
Descrição física:147 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Educadores.
Professores, Formação profissional de.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran, trad.
Classificação Dewey:
Edição:370.7
Indicação do Catálogo:370.7/K39s7/1934
de hoelzer, elizabeth d'austria (a tragédia do mayerling), atlântida, 1934:
dois stefan zweig em seguida, nietzsche e casanova:
Autor: Zweig, Stefan, 1881-1942.
Título / Barra de autoria:Nietzsche.
Imprenta:Rio de Janeiro, Atlantida ed. 1934.
Descrição física:206 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Nietzsche, Friedrich Wilhelm, 1844-1900.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoron trad.
Magalhães, Roberto.
Classificação Dewey:
Edição:920
Indicação do Catálogo:I-256,2,7
Casanova
Autor:
Stefan Zweig; Zoran Ninitch
Editora:
Rio [de
Janeiro] Atlantida Editora 1934
fonte: worldcat
é em 1934 que zoran ninitch firma sociedade com um certo machado, assim nascendo a machado & ninitch ltda., a qual opera como tipografia e editora. já listei seu catálogo aqui; recapitulando, as traduções de ninitch publicadas na casa são:
thomas mann, mario e o mágico;
stefan zweig, ocaso de um coração e mystério da rua sem luar;
mihály babits, o filho de virgilio timár.
quanto ao livro do húngaro mihály babits, essa tradução dará azo em 1934/35 a um grande entrevero entre ninitch e alguns setores da numerosa colônia iugoslava residente em são paulo. será tema também de outro post.
entre as publicações da machado & ninitch, há dois textos de freud, pensamentos sobre guerra e morte e o múltiplo interesse da psicanálise. não descobri quem os traduziu. mas o psicanalista gastão pereira da silva cita uma carta de freud dirigida a ele, mencionando as traduções de ninitch. a nos basearmos nela e em outros elementos que apresentarei no post já prometido, é plausível supor que foi ele quem traduziu esses dois textos. transcrevo:
P. – Como era sua correspondência com [Freud]?Dr. Gastão – Vou ler alguns trechos da última carta que recebi dele. “Devo-lhe muito por me haver remetido seu livro anterior, Para compreender Freud, e o mais novo, A psicanálise em doze lições, bem como por todos os esforços que V.Sª. tem feito em prol da psicanálise e também pela sua participação nas traduções que tem feito com seu amigo Dr. Ninitch, introduzindo essa literatura nesse país. O meu nome é, ainda, pouco conhecido no Brasil e somente o seu esforço e de seu amigo Ninitch o tornará mais divulgado.” Depois de se referir ao envio de uma fotografia, diz o mestre: “Relembrando as minhas próprias lutas, com as resistências as mais amargas, desejo-lhe o êxito mais satisfatório. Cordialmente, seu Freud”.
fonte: entrevista concedida em 1984 a marco antonio coutinho jorge, plínio leite dos santos jr. e teresa palazzo nazar, aqui.
IV. 1935:
cito ainda sua tradução de "o momento heroico", de stefan zweig, que foi publicada no diário carioca em 3 de novembro desse ano, pois será incluída no volume VII das obras completas de zweig, lançadas pela delta em 1960. aqui a parte inicial (continua na página seguinte do jornal):
acompanhe:
zoran ninitch, I
zoran ninitch, II
zoran ninitch, III
Published on March 23, 2013 19:00
March 22, 2013
zoran ninitch, III
zoran ninitch veio a traduzir para o croata a principal obra de azuela, los de abajo, por intermédio de alfonso reyes, então diplomata no brasil.
reyes escreve a azuela:
pelo "checoeslovaco" de reyes entenda-se, naturalmente, "iugoslavo". azuela responde:
provavelmente zoran ninitch pediu a alfonso reyes que escrevesse - ou este mesmo teria se prontificado a escrever - um prólogo apresentando a obra de mariano azuela ao público iugoslavo. assim, escreve ele a reyes:
e em 23 de setembro do mesmo ano, prossegue:
alfonso reyes parece não ter se manifestado muito. nesse meio tempo, não só o romance los de abajo já saíra serializado no jornal zagrebino, como, ao que parece, reyes acabara por se abster do prometido prólogo, pois o que sai como introdução à obra é um texto do próprio nanitch:
fonte: arturo azuela, prisma de mariano azuela. méxico: plaza y valdés, 2002. p. 323. (onde está "coman", leia-se "roman")
seguindo o epistolário, somente em 1934, de volta ao méxico, reyes retoma o assunto com azuela. a essas alturas, reyes já está se referindo à tradução brasileira de los de abajo, publicada pela machado & ninitch. as negociações para a tradução e publicação no brasil certamente devem ter se dado por via direta entre ninitch e azuela. na retomada da correspondência, diz reyes:
fonte para a correspondência reyes/azuela: mariano azuela, epistolario y archivo. méxico: unam, 1969. pp. 29-31.
achei interessante que tenha sido reyes, que era praticamente uma celebridade intelectual e social na época, a intermediar o o contato entre o colega de letras mais idoso e menos famoso e o modesto imigrante croata tradutor. até parece sugerir uma remota e imaginária república das letras.
acompanhe esse esboço de crônica histórica:
zoran ninitch, I
zoran ninitch, II
reyes escreve a azuela:
pelo "checoeslovaco" de reyes entenda-se, naturalmente, "iugoslavo". azuela responde:
provavelmente zoran ninitch pediu a alfonso reyes que escrevesse - ou este mesmo teria se prontificado a escrever - um prólogo apresentando a obra de mariano azuela ao público iugoslavo. assim, escreve ele a reyes:
e em 23 de setembro do mesmo ano, prossegue:
alfonso reyes parece não ter se manifestado muito. nesse meio tempo, não só o romance los de abajo já saíra serializado no jornal zagrebino, como, ao que parece, reyes acabara por se abster do prometido prólogo, pois o que sai como introdução à obra é um texto do próprio nanitch:
fonte: arturo azuela, prisma de mariano azuela. méxico: plaza y valdés, 2002. p. 323. (onde está "coman", leia-se "roman")
seguindo o epistolário, somente em 1934, de volta ao méxico, reyes retoma o assunto com azuela. a essas alturas, reyes já está se referindo à tradução brasileira de los de abajo, publicada pela machado & ninitch. as negociações para a tradução e publicação no brasil certamente devem ter se dado por via direta entre ninitch e azuela. na retomada da correspondência, diz reyes:
fonte para a correspondência reyes/azuela: mariano azuela, epistolario y archivo. méxico: unam, 1969. pp. 29-31.
achei interessante que tenha sido reyes, que era praticamente uma celebridade intelectual e social na época, a intermediar o o contato entre o colega de letras mais idoso e menos famoso e o modesto imigrante croata tradutor. até parece sugerir uma remota e imaginária república das letras.
acompanhe esse esboço de crônica histórica:
zoran ninitch, I
zoran ninitch, II
Published on March 22, 2013 19:39
zoran ninitch, II
retomo o precário perfil de zoran ninitch que venho tentando montar. a primeira parte está aqui.
I.
quanto a versões do português para o croata feitas por ninitch, tenho notícia de três. a primeira delas é o romance de paulo setúbal, a marquesa de santos (1925), que foi publicada no zagreb em 1927 como uma espécie de madame pompadour brasileira:
Autor: Setubal, Paulo, 1893-1937.
Título / Barra de autoria:Markeza de Santos (Brazilska Pompadourka)
Imprenta:Zagreb [Yugo-Eslavia] 1927.
Descrição física:256 p. ilus.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Santos, Domitila de Castro Canto e Mello marquesa de, 1797-1867 - Romances, novelas, contos.
Pedro I, imperador do Brasil, 1798-1834 - Romance, novelas, contos.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran, trad.
Classificação Dewey:
Edição:B869.3
Indicação do Catálogo:B869.3/S495ma8
não tenho nenhuma informação concreta sobre as condições em que essa obra foi traduzida. mas uma hipótese que eu não excluiria totalmente é a de que essa versão foi anterior ao exílio de ninitch, e teria sido feita quando ele ainda vivia na iugoslávia. atualização: anulada esta hipótese; descubro que zoran ninitch chegou ao brasil em 1924. morando aqui, manteve-se como colaborador da imprensa croata por muitos anos.
uma curiosidade é que outro exilado e pequeno editor-tradutor, georges selzoff, de quem tenho tratado aqui, também teria feito uma versão d'a marquesa de santos para sua língua materna. é o que - porém sem maiores referências nem menção às fontes - afirma fernando jorge em seu livro vida, obra e época de paulo setúbal, um homem de alma ardente, pela geração editorial, 2003, à p. 172.
II.
zoran ninitch também fez a versão de inocência para o croata, publicada em 1925:
fonte: maria lídia lichtscheidl, o visconde de taunay e os fios da memória. são paulo: ed. unesp, 2006. p. 297.
III.
o outro texto vertido para o iugoslavo foi los de abajo (1927), de mariano azuela, um relato de suas experiências como médico de campo durante a revolução mexicana, ao lado de pancho villa, que saiu serializado no principal jornal croata, o liberal obzor ("horizonte"):
fonte: obras completas de mariano azuela, méxico: fondo de cultura económica, 1960. p. 1298.
a serialização de oni sa dna foi antecedida por um artigo de ninitch, provavelmente para situar a obra de azuela e sua participação na revolução:
fonte: arturo azuela, prisma de mariano azuela. méxico: plaza y valdés, 2002. p. 323.
(onde está "coman", leia-se "roman")
vale lembrar que, no ano seguinte, a machado & ninitch editores publica a tradução brasileira dessa obra de azuela, feita por aurélio pinheiro, com o título de os rebelados, como já indicado em zoran ninitch, I. é curioso notar que é uma das poucas edições da machado & ninitch a especificar "tradução autorizada".
sobre as "piratarias" de ninitch, falaremos depois. o que quero apontar agora é que muito provavelmente azuela cedeu a zoran ninitch e sua editora o direito de tradução e publicação de los de abajo no brasil na esteira da publicação da obra na iugoslávia. é uma crônica interessante, à qual dedicarei o próximo post.
III.
há ainda menções esparsas a uma versão sua de iracema de josé de alencar. porém, não encontrei dados bibliográficos nem maiores corroborações. (note-se de passagem que deu à filha o nome de iracema.)
(continua)
I.
quanto a versões do português para o croata feitas por ninitch, tenho notícia de três. a primeira delas é o romance de paulo setúbal, a marquesa de santos (1925), que foi publicada no zagreb em 1927 como uma espécie de madame pompadour brasileira:
Autor: Setubal, Paulo, 1893-1937.
Título / Barra de autoria:Markeza de Santos (Brazilska Pompadourka)
Imprenta:Zagreb [Yugo-Eslavia] 1927.
Descrição física:256 p. ilus.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Santos, Domitila de Castro Canto e Mello marquesa de, 1797-1867 - Romances, novelas, contos.
Pedro I, imperador do Brasil, 1798-1834 - Romance, novelas, contos.
Entradas secundárias:Ninitch, Zoran, trad.
Classificação Dewey:
Edição:B869.3
Indicação do Catálogo:B869.3/S495ma8
não tenho nenhuma informação concreta sobre as condições em que essa obra foi traduzida. mas uma hipótese que eu não excluiria totalmente é a de que essa versão foi anterior ao exílio de ninitch, e teria sido feita quando ele ainda vivia na iugoslávia. atualização: anulada esta hipótese; descubro que zoran ninitch chegou ao brasil em 1924. morando aqui, manteve-se como colaborador da imprensa croata por muitos anos.
uma curiosidade é que outro exilado e pequeno editor-tradutor, georges selzoff, de quem tenho tratado aqui, também teria feito uma versão d'a marquesa de santos para sua língua materna. é o que - porém sem maiores referências nem menção às fontes - afirma fernando jorge em seu livro vida, obra e época de paulo setúbal, um homem de alma ardente, pela geração editorial, 2003, à p. 172.
II.
zoran ninitch também fez a versão de inocência para o croata, publicada em 1925:
fonte: maria lídia lichtscheidl, o visconde de taunay e os fios da memória. são paulo: ed. unesp, 2006. p. 297.
III.
o outro texto vertido para o iugoslavo foi los de abajo (1927), de mariano azuela, um relato de suas experiências como médico de campo durante a revolução mexicana, ao lado de pancho villa, que saiu serializado no principal jornal croata, o liberal obzor ("horizonte"):
fonte: obras completas de mariano azuela, méxico: fondo de cultura económica, 1960. p. 1298.
a serialização de oni sa dna foi antecedida por um artigo de ninitch, provavelmente para situar a obra de azuela e sua participação na revolução:
fonte: arturo azuela, prisma de mariano azuela. méxico: plaza y valdés, 2002. p. 323.
(onde está "coman", leia-se "roman")
vale lembrar que, no ano seguinte, a machado & ninitch editores publica a tradução brasileira dessa obra de azuela, feita por aurélio pinheiro, com o título de os rebelados, como já indicado em zoran ninitch, I. é curioso notar que é uma das poucas edições da machado & ninitch a especificar "tradução autorizada".
sobre as "piratarias" de ninitch, falaremos depois. o que quero apontar agora é que muito provavelmente azuela cedeu a zoran ninitch e sua editora o direito de tradução e publicação de los de abajo no brasil na esteira da publicação da obra na iugoslávia. é uma crônica interessante, à qual dedicarei o próximo post.
III.
há ainda menções esparsas a uma versão sua de iracema de josé de alencar. porém, não encontrei dados bibliográficos nem maiores corroborações. (note-se de passagem que deu à filha o nome de iracema.)
(continua)
Published on March 22, 2013 10:16
March 21, 2013
zoran ninitch, I
correio de s.paulo, 19 de fevereiro de 1935, aqui
(na matéria, o sobrenome está grafado corretamente)
das referências que nos restaram do croata zoran ninitch estabelecido no brasil, o que se consegue reconstituir é um retrato muito incompleto e um tanto bizarro. nascido em 1896 na então iugoslávia, poliglota, conhecedor de mais de uma dúzia de línguas, filatelista, tradutor, editor, apresentando-se com o título de advogado doutor, dizendo-se amigo pessoal do rei alexandre da iugoslávia, dado ora como transtornado mental, ora como farsante pela polícia brasileira, tido como foragido pela embaixada iugoslava no brasil, suposto criador de imaginários sequestros de sua própria pessoa, no último deles réu confesso em conluio com a esposa, várias passagens por várias editoras em poucos anos, divulgador de stefan zweig e sigmund freud no brasil, merecedor de palavras de apoio de freud em carta pessoal ao médico e psicanalista gastão pereira da silva, introdutor entre nós das primeiras traduções de charles darwin e thomas mann, autor de um livrinho sobre as origens árabes da palavra "saudade"...
zoran ninitch teve uma efemeríssima editora, com menos de um ano de existência, com um sócio de sobrenome machado: a machado & ninitch limitada, no rio de janeiro. o contrato social é arquivado na junta comercial carioca em julho de 1934, em setembro do mesmo ano tem-se a solicitação e deferimento do registro da firma.
entre as edições da machado & ninitch temos, todas de 1934:
o primeiro thomas mann em livro no brasil: mario e o mágico, em tradução de ninitch;
de stefan zweig, ocaso de um coração. o volume inclui mystério da rua sem luar, ambos em tradução de ninitch;
os rebelados, romance da revolução mexicana, de mariano azuela, em tradução de aurélio pinheiro;
um dos primeiros freud, pensamentos sobre guerra e morte e o múltiplo interesse da psicanálise;
de otto rank, a figura de don juan na tradição: estudo psicanalítico, em tradução de aurélio pinheiro;
de mihály babits, o filho de virgilio timár, em tradução de ninitch;
de ignacio raposo, a questão social na antiguidade e cristianismo e trabalho (reed. pela panamericana nos anos 40);
migalhas, de iveta ribeiro, nome que adquiriu certa fama no espiritismo brasileiro;
céu e inferno, de luis carlos júnior
cf. obras completas de mariano azuela, méxico, fondo de cultura económica, 1960. p. 1298.
(mais provavelmente "Trad. de Aurelio Pinheiro, Machado e Ninitch etc.")
Autor: Mihály, Babits.
Título / Barra de autoria:O filho de Virgilio Timár.
Imprenta:Rio de Janeiro, Machado & Ninitch [1934]
Descrição física:166 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Ninitch, Zorah, trad.
Classificação Dewey:
Edição:894.5113
Indicação do Catálogo:894.5113/M639f7
Autor: Carlos Junior, Luis.
Título / Barra de autoria:Ceu e inferno (Reedição)
Imprenta:Rio de Janeiro & Ninitch, 1934.
Descrição física:166 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Classificação Dewey:
Edição:B869.8
Indicação do Catálogo:B869.8/C284c/1934
isso quanto à atividade de ninitch como editor. dos outros aspectos tratarei mais à frente.
(continua)
Published on March 21, 2013 18:10
March 19, 2013
caros
caros leitores, não li nem pretendo ler centenas de traduções e retraduções que arrolo nas dezenas de levantamentos bibliiográficos que faço e publico aqui neste blog .
então, por favor, não insistam em querer saber qual é a MELHOR das traduções de tal ou tal autor. não sei - e, mesmo nos casos em que tenho opinião formada, prefiro reservá-la para mim ou para ocasiões em que possa expor com vagar os vários considerandos.
até lá mantenhamos a amizade e obrigada!
então, por favor, não insistam em querer saber qual é a MELHOR das traduções de tal ou tal autor. não sei - e, mesmo nos casos em que tenho opinião formada, prefiro reservá-la para mim ou para ocasiões em que possa expor com vagar os vários considerandos.
até lá mantenhamos a amizade e obrigada!
Published on March 19, 2013 20:50
o arranque editorial no brasil
muito boa a proposta de john milton para entender a história da tradução no brasil sobre um pano de fundo econômico em "a importância de fatores econômicos na publicação de traduções: um exemplo do brasil", in tradterm 17, 2010, aqui.
Published on March 19, 2013 11:15
obras órfãs e abandonadas
obras órfãs, problema pendente, artigo de felipe lindoso, retomando o gigantesco problema (muito maior do que se costuma imaginar) das obras órfãs e abandonadas, aqui.
Published on March 19, 2013 10:19
March 18, 2013
evelyn waugh no brasil
um autor que tem algumas coisas que realmente aprecio: evelyn waugh (1903-1966). a obra dele é bem extensa; apenas uma pequena parte foi traduzida entre nós. certamente deve haver mais coisas, alguns contos, algum ensaio, que não localizei.
em 1944 temos "a festa de bella fleace", in os ingleses: antigos e modernos, pela editora leitura, em tradução de pascoal carlos magno. uma pena que não consegui imagem de capa, apenas em sua reedição pela ediouro em 2004, com o título de contos ingleses: os clássicos, disponível para leitura aqui.
em 1958 sai outra vez "o baile de anabela fleace", in maravilhas do conto inglês, cultrix, utilizando a tradução de ersílio cardoso (gleba, portugal, 1945) - sem créditos, claro, como era costume na cultrix.
o bem amado sai pela civilização brasileira em 1961, em tradução de wilson velloso.
em 1963, também pela civilização brasileira, sai malícia negra em tradução de helena pessoa.
em 1965, temos aquela maravilha que é brideshead revisited, que saiu com o título de a volta à velha mansão e o subtítulo de memórias sagradas e profanas do cap. charles ryder, em tradução de maria alice azevedo, pela agir. foi publicada também pelo círculo do livro em 1985, com uma capinha horrorosa, e em 1991 pela companhia das letras, agora com o título de memórias de brideshead.
passam-se mais de vinte anos sem outros lançamentos. e aí parece se instaurar uma espécie de ciclo de três novas obras por editora. veja-se só, primeiro pela companhia das letras:
em 1987, aquela outra coisa maravilhosa que é um punhado de pó, em tradução de diogo mainardi
em 1989, furo! uma história de jornalistas, em tradução de roberto perosa
em 1997, declínio e queda, em tradução de s. duarte
depois vêm, pela globo:
em 2002, a provação de gilbert pinfold: um fragmento de conversa, em tradução de maria cristina cupertino
em 2003, nova tradução de malícia negra, agora de cid knipel
em 2003, o ente querido: uma tragédia anglo-americana, também em nova tradução de cid knipel
aí, pela nova fronteira, sai a trilogia a espada de honra, em tradução de antônio sepúlveda:
em 2007, homens em armas
em 2007, oficiais e gentlemen,
em 2008, rendição incondicional
em 1944 temos "a festa de bella fleace", in os ingleses: antigos e modernos, pela editora leitura, em tradução de pascoal carlos magno. uma pena que não consegui imagem de capa, apenas em sua reedição pela ediouro em 2004, com o título de contos ingleses: os clássicos, disponível para leitura aqui.
em 1958 sai outra vez "o baile de anabela fleace", in maravilhas do conto inglês, cultrix, utilizando a tradução de ersílio cardoso (gleba, portugal, 1945) - sem créditos, claro, como era costume na cultrix.
o bem amado sai pela civilização brasileira em 1961, em tradução de wilson velloso.
em 1963, também pela civilização brasileira, sai malícia negra em tradução de helena pessoa.
em 1965, temos aquela maravilha que é brideshead revisited, que saiu com o título de a volta à velha mansão e o subtítulo de memórias sagradas e profanas do cap. charles ryder, em tradução de maria alice azevedo, pela agir. foi publicada também pelo círculo do livro em 1985, com uma capinha horrorosa, e em 1991 pela companhia das letras, agora com o título de memórias de brideshead.
passam-se mais de vinte anos sem outros lançamentos. e aí parece se instaurar uma espécie de ciclo de três novas obras por editora. veja-se só, primeiro pela companhia das letras:
em 1987, aquela outra coisa maravilhosa que é um punhado de pó, em tradução de diogo mainardi
em 1989, furo! uma história de jornalistas, em tradução de roberto perosa
em 1997, declínio e queda, em tradução de s. duarte
depois vêm, pela globo:
em 2002, a provação de gilbert pinfold: um fragmento de conversa, em tradução de maria cristina cupertino
em 2003, nova tradução de malícia negra, agora de cid knipel
em 2003, o ente querido: uma tragédia anglo-americana, também em nova tradução de cid knipel
aí, pela nova fronteira, sai a trilogia a espada de honra, em tradução de antônio sepúlveda:
em 2007, homens em armas
em 2007, oficiais e gentlemen,
em 2008, rendição incondicional
Published on March 18, 2013 17:24
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