Denise Bottmann's Blog, page 48
June 20, 2013
russos no brasil (1900-1950), III
Ivan Turguêniev, 1818-1883 (Ivã, Turgenev, Turgenov, Turguenev,
Turguenieff etc.)
Águas da primavera. Trad. Brito
Broca e Georges Selzoff. Coleção “Bibliotheca de Auctores Russos”. São Paulo:
Cultura, 1932.
Ninho de fidalgos. Trad. Elsie Lessa e Georges Selzoff. Coleção “Bibliotheca de Auctores Russos”. São Paulo: Cultura, 1932.
Um búlgaro. Trad.? Rio de Janeiro: Universal, 1933.
Roudine. Trad. Elias Davidovitch. Collecção “Benjamin Costallat”. Rio de Janeiro: Flores e Mano, 1932.
Ássia. Trad. São Paulo: Unitas, c.1934.
Paes e filhos. Trad. Ivan Emilianovich. São Paulo: Cultura Brasileira, 1935. (Reed. Martins, 1941.)
Pais e filhos. Trad. anôn. São Paulo: Clube do Livro, 1943 (provavelmente retomando alguma anterior).
Rudine. Trad. revista por Marques Rebelo. Rio de Janeiro: Pongetti, 1943 (provavelmente retomando a de Davidovitch, 1932).
“Ássia”,
in Contos russos. Trad. ? Coleção
“Colete”, vol. 7. São Paulo: Bolsa do Livro, 1944.
Terra virgem. Trad. Jorge Moreira Nunes. Rio de Janeiro: Panamericana, 1944.
Fumaça. Trad. Jorge Moreira Nunes. Rio de Janeiro: Pongetti, 1945.
Primeiro Amor e Assia. Trad. Edy Maria Dutra da Costa. São Paulo: Assunção, 1946.
Sinaida. Trad. anôn. Coleção Azul. Rio: Aurora, c.1946.
Rudine. Trad. anôn. São Paulo: Clube do Livro, 1947 (provavelmente retomando alguma anterior).
O primeiro amor, O medo, Birouck. Trad. Brito
Broca. São Paulo: José Olympio, 1949.
acompanhe as postagens da pesquisa "russos no brasil (1900-1950)" aqui.
Turguenieff etc.)
Águas da primavera. Trad. Brito
Broca e Georges Selzoff. Coleção “Bibliotheca de Auctores Russos”. São Paulo:
Cultura, 1932.
Ninho de fidalgos. Trad. Elsie Lessa e Georges Selzoff. Coleção “Bibliotheca de Auctores Russos”. São Paulo: Cultura, 1932.
Um búlgaro. Trad.? Rio de Janeiro: Universal, 1933.
Roudine. Trad. Elias Davidovitch. Collecção “Benjamin Costallat”. Rio de Janeiro: Flores e Mano, 1932.
Ássia. Trad. São Paulo: Unitas, c.1934.
Paes e filhos. Trad. Ivan Emilianovich. São Paulo: Cultura Brasileira, 1935. (Reed. Martins, 1941.)
Pais e filhos. Trad. anôn. São Paulo: Clube do Livro, 1943 (provavelmente retomando alguma anterior).
Rudine. Trad. revista por Marques Rebelo. Rio de Janeiro: Pongetti, 1943 (provavelmente retomando a de Davidovitch, 1932).
“Ássia”,
in Contos russos. Trad. ? Coleção
“Colete”, vol. 7. São Paulo: Bolsa do Livro, 1944.
Terra virgem. Trad. Jorge Moreira Nunes. Rio de Janeiro: Panamericana, 1944.
Fumaça. Trad. Jorge Moreira Nunes. Rio de Janeiro: Pongetti, 1945.
Primeiro Amor e Assia. Trad. Edy Maria Dutra da Costa. São Paulo: Assunção, 1946.
Sinaida. Trad. anôn. Coleção Azul. Rio: Aurora, c.1946.
Rudine. Trad. anôn. São Paulo: Clube do Livro, 1947 (provavelmente retomando alguma anterior).
O primeiro amor, O medo, Birouck. Trad. Brito
Broca. São Paulo: José Olympio, 1949.
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Published on June 20, 2013 12:30
russos no brasil (1900-1950), II
Alexei Tolstoi (1883-1945)
O soviet em Marte. Trad. anôn. Rio de Janeiro; Calvino, 1933.
Caminhos dos tormentos. Trad. anôn. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, ?
A cultura soviética. Trad. Paim Júnior. Rio de Janeiro: Vitória, 1945.
Pedro, o Grande. Trad. anôn. Coleção “Documentos Humanos”. Rio de Janeiro: Zelio Valverde, 1945.
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O soviet em Marte. Trad. anôn. Rio de Janeiro; Calvino, 1933.
Caminhos dos tormentos. Trad. anôn. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, ?
A cultura soviética. Trad. Paim Júnior. Rio de Janeiro: Vitória, 1945.
Pedro, o Grande. Trad. anôn. Coleção “Documentos Humanos”. Rio de Janeiro: Zelio Valverde, 1945.
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Published on June 20, 2013 11:44
russos no brasil (1900-1950), I
Alia Rachmanova (pseudônimo de Galina Djuráguin), 1898-1991.
Estudantes, amor, Tscheka e morte. Trad. Felipa Muniz. Coleção “Nobel”. Porto Alegre: Globo, 1936.
A fábrica do novo homem. Trad. Felipa
Muniz. Porto Alegre: Globo, 1937.
Diário duma exilada russa. Trad. Esther
de Viveiros. Coleção “Nobel”. Porto Alegre: Globo, 1939.
Casamentos na tormenta vermelha. Trad. Felipa Muniz. Porto Alegre: Globo, 1940.
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Estudantes, amor, Tscheka e morte. Trad. Felipa Muniz. Coleção “Nobel”. Porto Alegre: Globo, 1936.
A fábrica do novo homem. Trad. Felipa
Muniz. Porto Alegre: Globo, 1937.
Diário duma exilada russa. Trad. Esther
de Viveiros. Coleção “Nobel”. Porto Alegre: Globo, 1939.
Casamentos na tormenta vermelha. Trad. Felipa Muniz. Porto Alegre: Globo, 1940.
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Published on June 20, 2013 11:14
June 16, 2013
tatiana belinky (1919-2013)
Published on June 16, 2013 11:10
June 12, 2013
o primeiro darwin no brasil
tradução de zoran ninitch, livraria editora marisa, 1933
edição comemorativa do centenário da viagem do beagle à américa do sul e às costas do brasil
Published on June 12, 2013 19:19
June 7, 2013
o retrato de dorian gray: quantos!
não que eu seja grande fã de oscar wilde, mas, agora que vi que saiu uma nova tradução d'o retrato de dorian gray, desta vez feita por jorio dauster, um dos melhores tradutores literários atuantes no brasil, fiquei animadinha e fui ver os outros dorian de que dispomos. um monte!
a primeira tradução que temos no brasil é a célebre de joão do rio, que saiu em 1923 pela livraria garnier, reeditada pela imago em 1993 e pela hedra em 2006
em 1933, sai pela editora universal uma tradução anônima:
Autor: Wilde, Oscar, 1854-1900.
Título / Barra de autoria:O retrato de Dorian Gray, romance.
Imprenta:Rio, Ed. universal, 1933.
Descrição física:222 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Classificação Dewey:
Edição:823
em 1935, temos pela flores & mano, por januário leite, português radicado por algum tempo no brasil. essa tradução foi reeditada pela pongetti em 1943 (1955, 1957, 1959, 1962):
Autor: Wilde, Oscar, 1854-1900.
Título / Barra de autoria:O retrato de Dorian Gray.
Imprenta:Rio de Janeiro, Flores & Mano, 1935.
Descrição física:278 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Leite, Januario, trad.
em 1946, sai pelo clube do livro, inaugurando a carreira de josé maria machado e suas "traduções especiais" (ainda aparecendo discretamente como "j. machado"), reed. já com o nome por extenso em 1949, 1987 e 1988. sai também pela edigraf, c.1965. as capas, pelo visto, se merecem...
em 1952, sai a tradução de jeanette marillier, pela livraria martins, reed. 1954
em 1953, temos pela saraiva a tradução de ligia junqueira, uma das mais conhecidas e divulgadas entre nós. é reeditada pela saraiva em 1964; em 1965 sai também pela bup; pela civilização brasileira desde 1969 até a data de hoje
em 1961, a josé aguilar publica a obra completa de oscar wilde, incluindo, naturalmente, o retrato de dorian gray, em tradução de oscar mendes. essa tradução, infelizmente muito sofrível, terá grande circulação, também pela abril cultural, 1971, 1972, 1973, 1980; pelo círculo do livro, 1973, 1975, 1995, 1996
em 1974, temos a tradução e adaptação juvenil feitas por clarice lispector para a tecnoprint/ediouro
em c.1974, teremos a tradução de marina guaspari também para a tecnoprint, então edições de ouro, com sucessivas reedições até hoje; em 1998, sai pela publifolha
ainda em 1974, sai uma tradução - não descobri a autoria - pela editora três; certamente tratava-se de um licenciamento de alguma edição anterior.
em 1979, sai uma tradução anônima pela otto pierre, provavelmente portuguesa.
em 1985, pela francisco alves sai a tradução de josé eduardo ribeiro moretzsohn, reed. 1986, 1989, 1991, 1995; reed. pela l&pm em 2001, pela abril em 2010
em 2002, pela nova alexandria, temos a tradução de eduardo almeida ornick
ainda em 2002 e 2003, teremos uma fraude da nova cultural, em nome de "enrico corvisieri"; em 2005, temos aquelas coisas espantosas da ed. martin claret, em nome de "pietro nassetti". as duas fraudes não passam de estropiadas apropriações da já medíocre tradução de oscar mendes.
em 2009, sai pela landmark uma tradução de marcella furtado (aqui uma resenha de alfredo monte)
em 2012, sai a tradução de paulo schiller pela penguin/companhia
em 2013, na biblioteca azul da globo livros, temos então a tradução de jorio dauster, a que referi no início deste post, numa edição anotada realmente estupenda
existem outras edições, que são adaptações ou quadrinizações, que não incluí aqui: de adaptação incluí apenas a de clarice lispector, mais a título de curiosidade.
a primeira tradução que temos no brasil é a célebre de joão do rio, que saiu em 1923 pela livraria garnier, reeditada pela imago em 1993 e pela hedra em 2006
em 1933, sai pela editora universal uma tradução anônima:
Autor: Wilde, Oscar, 1854-1900.
Título / Barra de autoria:O retrato de Dorian Gray, romance.
Imprenta:Rio, Ed. universal, 1933.
Descrição física:222 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Classificação Dewey:
Edição:823
em 1935, temos pela flores & mano, por januário leite, português radicado por algum tempo no brasil. essa tradução foi reeditada pela pongetti em 1943 (1955, 1957, 1959, 1962):
Autor: Wilde, Oscar, 1854-1900.
Título / Barra de autoria:O retrato de Dorian Gray.
Imprenta:Rio de Janeiro, Flores & Mano, 1935.
Descrição física:278 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Leite, Januario, trad.
em 1946, sai pelo clube do livro, inaugurando a carreira de josé maria machado e suas "traduções especiais" (ainda aparecendo discretamente como "j. machado"), reed. já com o nome por extenso em 1949, 1987 e 1988. sai também pela edigraf, c.1965. as capas, pelo visto, se merecem...
em 1952, sai a tradução de jeanette marillier, pela livraria martins, reed. 1954
em 1953, temos pela saraiva a tradução de ligia junqueira, uma das mais conhecidas e divulgadas entre nós. é reeditada pela saraiva em 1964; em 1965 sai também pela bup; pela civilização brasileira desde 1969 até a data de hoje
em 1961, a josé aguilar publica a obra completa de oscar wilde, incluindo, naturalmente, o retrato de dorian gray, em tradução de oscar mendes. essa tradução, infelizmente muito sofrível, terá grande circulação, também pela abril cultural, 1971, 1972, 1973, 1980; pelo círculo do livro, 1973, 1975, 1995, 1996
em 1974, temos a tradução e adaptação juvenil feitas por clarice lispector para a tecnoprint/ediouro
em c.1974, teremos a tradução de marina guaspari também para a tecnoprint, então edições de ouro, com sucessivas reedições até hoje; em 1998, sai pela publifolha
ainda em 1974, sai uma tradução - não descobri a autoria - pela editora três; certamente tratava-se de um licenciamento de alguma edição anterior.
em 1979, sai uma tradução anônima pela otto pierre, provavelmente portuguesa.
em 1985, pela francisco alves sai a tradução de josé eduardo ribeiro moretzsohn, reed. 1986, 1989, 1991, 1995; reed. pela l&pm em 2001, pela abril em 2010
em 2002, pela nova alexandria, temos a tradução de eduardo almeida ornick
ainda em 2002 e 2003, teremos uma fraude da nova cultural, em nome de "enrico corvisieri"; em 2005, temos aquelas coisas espantosas da ed. martin claret, em nome de "pietro nassetti". as duas fraudes não passam de estropiadas apropriações da já medíocre tradução de oscar mendes.
em 2009, sai pela landmark uma tradução de marcella furtado (aqui uma resenha de alfredo monte)
em 2012, sai a tradução de paulo schiller pela penguin/companhia
em 2013, na biblioteca azul da globo livros, temos então a tradução de jorio dauster, a que referi no início deste post, numa edição anotada realmente estupenda
existem outras edições, que são adaptações ou quadrinizações, que não incluí aqui: de adaptação incluí apenas a de clarice lispector, mais a título de curiosidade.
Published on June 07, 2013 17:11
June 6, 2013
zoran ninitch, VII, bagrinho de medeiros e albuquerque
nosso caro iugoslavo residente no brasil, de quem vimos falando ao longo de vários posts (ver aqui), tem em sua bibliografia de traduções algumas obras de stefan zweig, entre as primeiras no brasil. saíram basicamente pela editora guanabara, do rio de janeiro, em 1934.
porém, ao mais descarado estilo ictiológico que às vezes grassava entre nós, parece ter sido mero "bagrinho" em favor de medeiros e albuquerque, nome mais conhecido e autor da casa, provavelmente mais vantajoso em termos comerciais para a editora:
(aqui na capa da edição de 1942)
sobre outros tradutores usados como bagrinhos, por exemplo millôr fernandes e olavo bilac, veja aqui.
porém, ao mais descarado estilo ictiológico que às vezes grassava entre nós, parece ter sido mero "bagrinho" em favor de medeiros e albuquerque, nome mais conhecido e autor da casa, provavelmente mais vantajoso em termos comerciais para a editora:
(aqui na capa da edição de 1942)
sobre outros tradutores usados como bagrinhos, por exemplo millôr fernandes e olavo bilac, veja aqui.
Published on June 06, 2013 17:27
em que pé estamos hoje
transcrevo considerações de ivone benedetti no facebook, com as quais concordo enfaticamente:
http://www.facebook.com/ivone.benedetti.5?fref=ts
Muito bom artigo de Paulo Franchetti. Escrito em 2008. Lamento só ter lido hoje. Concordo com os seus pontos de vista. Só discordo do seguinte: "o herói da resistência da norma: o preparador e revisor de textos – um profissional que é também, de certa forma, um tradutor, operando a delicada conversão e ajuste da língua informal para o indefinido e até agora problemático padrão da língua ou das línguas do livro)". Não é o que tenho visto na maioria dos casos. Infelizmente, percebo o caminho contrário, ou seja, o da "delicada conversão e ajuste" de opções mais formais a opções mais pessoais e informais. Está havendo por parte dos preparadores de textos, já imbuídos da demonização da norma culta, um tenaz esforço de nivelar por baixo, de facilitar o texto para um leitor que eles subliminarmente veem como deficiente mental. A coisa é feita no pior estilo "rede globo" de didatismo rasteiro. As construções sintáticas menos usuais não são entendidas. Eles as substituem por coisas que acabam tendo outro significado. Algumas palavras são "cassadas". Recentemente, num texto meu, "otário" foi substituído por "panaca" (!), qualificativo este que nunca vai sair do meu teclado (antes era pluma) nem era o sentido do texto original; "denodado" foi substituído por "corajoso" (logo depois do verbo desencorajar); "abstruso" foi substituído por "obscuro" (como se fossem perfeitos sinônimos); "espocar" não pode, tem de ser "estourar"; "jaez" não pode: o revisor tascou "característica", como se fosse sinônimo, ou seja, algo "desse jaez" virou algo "dessa característica"; "medrar", que talvez possa ter certo odor duvidoso, está proscrito, substituído por "difundir", que não é o que medrar quer dizer, mas só quer, porque não diz; "mansuetude" não pode: tem de ser "mansidão", nem que seja de Jesus. E não adianta passar horas pesquisando até concluir que o jogo a que o autor se refere é o bilhar (francês), porque o tal preparador decidiu que tudo é sinuca. Lamento, Paulo, mas nem nesse solo há húmus. O esforço é, sim, no sentido do empobrecimento. O grande desserviço prestado nos últimos anos pelos neolinguistas foi o de levar a crer que a língua só serve à comunicação - entenda-se: cotidiana -, esquecendo-se de que ela é (entre outras coisas) um repositório cultural. E os tais preparadores não descobriram ainda que quem se dá o trabalho de ler não está buscando o meio mais fácil de passar o tempo, e sim de entrar no intrincado universo do "pensamento" através do melhor instrumento inventado até agora para traduzi-lo: a língua, de preferência a escrita.
Paulo Franchetti: Tradução do ponto de vista de um editor
paulofranchetti.blogspot.com.br
http://www.facebook.com/ivone.benedetti.5?fref=ts
Muito bom artigo de Paulo Franchetti. Escrito em 2008. Lamento só ter lido hoje. Concordo com os seus pontos de vista. Só discordo do seguinte: "o herói da resistência da norma: o preparador e revisor de textos – um profissional que é também, de certa forma, um tradutor, operando a delicada conversão e ajuste da língua informal para o indefinido e até agora problemático padrão da língua ou das línguas do livro)". Não é o que tenho visto na maioria dos casos. Infelizmente, percebo o caminho contrário, ou seja, o da "delicada conversão e ajuste" de opções mais formais a opções mais pessoais e informais. Está havendo por parte dos preparadores de textos, já imbuídos da demonização da norma culta, um tenaz esforço de nivelar por baixo, de facilitar o texto para um leitor que eles subliminarmente veem como deficiente mental. A coisa é feita no pior estilo "rede globo" de didatismo rasteiro. As construções sintáticas menos usuais não são entendidas. Eles as substituem por coisas que acabam tendo outro significado. Algumas palavras são "cassadas". Recentemente, num texto meu, "otário" foi substituído por "panaca" (!), qualificativo este que nunca vai sair do meu teclado (antes era pluma) nem era o sentido do texto original; "denodado" foi substituído por "corajoso" (logo depois do verbo desencorajar); "abstruso" foi substituído por "obscuro" (como se fossem perfeitos sinônimos); "espocar" não pode, tem de ser "estourar"; "jaez" não pode: o revisor tascou "característica", como se fosse sinônimo, ou seja, algo "desse jaez" virou algo "dessa característica"; "medrar", que talvez possa ter certo odor duvidoso, está proscrito, substituído por "difundir", que não é o que medrar quer dizer, mas só quer, porque não diz; "mansuetude" não pode: tem de ser "mansidão", nem que seja de Jesus. E não adianta passar horas pesquisando até concluir que o jogo a que o autor se refere é o bilhar (francês), porque o tal preparador decidiu que tudo é sinuca. Lamento, Paulo, mas nem nesse solo há húmus. O esforço é, sim, no sentido do empobrecimento. O grande desserviço prestado nos últimos anos pelos neolinguistas foi o de levar a crer que a língua só serve à comunicação - entenda-se: cotidiana -, esquecendo-se de que ela é (entre outras coisas) um repositório cultural. E os tais preparadores não descobriram ainda que quem se dá o trabalho de ler não está buscando o meio mais fácil de passar o tempo, e sim de entrar no intrincado universo do "pensamento" através do melhor instrumento inventado até agora para traduzi-lo: a língua, de preferência a escrita.
Paulo Franchetti: Tradução do ponto de vista de um editor
paulofranchetti.blogspot.com.br
Published on June 06, 2013 11:59
June 3, 2013
tolstói, depois do baile
além d'a morte de ivan ilitch (veja aqui), outro tremendo sucesso de tolstói no brasil, a considerar pela quantidade de traduções publicadas em cinquenta e poucos anos, é o conto "posle bala", "depois do baile".
são nada menos de sete traduções lançadas entre 1957 e 2011. interessante notar que, a partir de 1962, todas são diretas do russo:
a primeira delas sai na coletânea titãs do amor, em tradução de silvia de assis falcão. são paulo:
el ateneo do brasil, 1957
depois temos no mar de histórias, v. 3, org. e
trad. aurélio buarque de hollanda e paulo rónai. rio de janeiro: josé olympio,
1958 [reeditado pelas edições de ouro, c.1974; nova
fronteira, 1981; ediouro, 1987]
a seguir, a tradução de oscar mendes na obra completa publicada pela josé aguilar em 1960-61
aí o conto sai na antologia do conto
russo, vol. iv (dedicado a tolstói), não sei quem é o tradutor, mas consta como direta do russo. rio
de janeiro: lux, 1962
então vem a tradução de tatiane belinky na salada russa, direto do russo. são paulo: paulinas, 1988
sai em o diabo e outras histórias, a coletânea organizada por paulo bezerra, que também coordenou a tradução direta do russo. entre beatriz morabito, beatriz ricci e maira pinto, não sei a quem coube especificamente a tradução de "depois do baile". são paulo: cosac naify, 2000
por fim, temos a tradução de graziela schneider, na nova antologia do
conto russo (1792-1998), organizada por bruno barretto gomide. são paulo: 34, 2011
agradeço a daniel dago e a bruno costelini pelas informações sobre o conto publicado na nova antologia.
são nada menos de sete traduções lançadas entre 1957 e 2011. interessante notar que, a partir de 1962, todas são diretas do russo:
a primeira delas sai na coletânea titãs do amor, em tradução de silvia de assis falcão. são paulo:
el ateneo do brasil, 1957
depois temos no mar de histórias, v. 3, org. e
trad. aurélio buarque de hollanda e paulo rónai. rio de janeiro: josé olympio,
1958 [reeditado pelas edições de ouro, c.1974; nova
fronteira, 1981; ediouro, 1987]
a seguir, a tradução de oscar mendes na obra completa publicada pela josé aguilar em 1960-61
aí o conto sai na antologia do conto
russo, vol. iv (dedicado a tolstói), não sei quem é o tradutor, mas consta como direta do russo. rio
de janeiro: lux, 1962
então vem a tradução de tatiane belinky na salada russa, direto do russo. são paulo: paulinas, 1988
sai em o diabo e outras histórias, a coletânea organizada por paulo bezerra, que também coordenou a tradução direta do russo. entre beatriz morabito, beatriz ricci e maira pinto, não sei a quem coube especificamente a tradução de "depois do baile". são paulo: cosac naify, 2000
por fim, temos a tradução de graziela schneider, na nova antologia do
conto russo (1792-1998), organizada por bruno barretto gomide. são paulo: 34, 2011
agradeço a daniel dago e a bruno costelini pelas informações sobre o conto publicado na nova antologia.
Published on June 03, 2013 19:17
zoran ninitch, VI: literatura de carregação
por volta de 1934-36, zoran ninitch parece ter feito a tradução de várias histórias de aventura e relatos de viagem, em livrinhos ao mais autêntico estilo da chamada "literatura de carregação". encontro referências a traduções suas de:
capitão marryat, aventuras do piloto ajudante
capitão marryat, cain, o pirata
fenimore cooper, os pioneiros
fenimore cooper, robinson do vulcão
gustave aymard, o segredo do cacique
gustave aymard, os bandoleiros do sul
h. alger jr., um heroe
henry landor, entre os indígenas do thibet
john normand, aylor, o fakir
kingston, entre os pelles vermelhas
matthew wuin, na áfrica selvagem
mayne reid, anahuac, terra de aventuras
mayne reid, nas terras do ouro
mayne reid, os trepadores de rochedos
mayne reid, em caminho do alaska
mayne reid, a caçadora selvagem
wilhelm junker, nas cabeceiras do nilo
foram publicadas pela empresa editora brasileira, que imagino ser uma subsidiária da empresa editora americana (da revista eu sei tudo), e talvez até em alguns números da própria eu sei tudo.
difícil encontrar imagens de capa, mas dispomos de vários desses livros em nosso acervo na biblioteca nacional:
interessante que dois deles constam em tradução de um "filemon de alvarenga e souza", cuja única referência que se encontra na internet diz respeito, justamente, a nas terras do ouro.
a serem válidas tais datas de publicação, esses anos corresponderiam ao efêmero período de atividades de sua minúscula editora, a machado & ninitch (1934), e aos dois anos imediatamente subsequentes.
capitão marryat, aventuras do piloto ajudante
capitão marryat, cain, o pirata
fenimore cooper, os pioneiros
fenimore cooper, robinson do vulcão
gustave aymard, o segredo do cacique
gustave aymard, os bandoleiros do sul
h. alger jr., um heroe
henry landor, entre os indígenas do thibet
john normand, aylor, o fakir
kingston, entre os pelles vermelhas
matthew wuin, na áfrica selvagem
mayne reid, anahuac, terra de aventuras
mayne reid, nas terras do ouro
mayne reid, os trepadores de rochedos
mayne reid, em caminho do alaska
mayne reid, a caçadora selvagem
wilhelm junker, nas cabeceiras do nilo
foram publicadas pela empresa editora brasileira, que imagino ser uma subsidiária da empresa editora americana (da revista eu sei tudo), e talvez até em alguns números da própria eu sei tudo.
difícil encontrar imagens de capa, mas dispomos de vários desses livros em nosso acervo na biblioteca nacional:
interessante que dois deles constam em tradução de um "filemon de alvarenga e souza", cuja única referência que se encontra na internet diz respeito, justamente, a nas terras do ouro.
a serem válidas tais datas de publicação, esses anos corresponderiam ao efêmero período de atividades de sua minúscula editora, a machado & ninitch (1934), e aos dois anos imediatamente subsequentes.
Published on June 03, 2013 16:10
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