Denise Bottmann's Blog, page 112

February 12, 2011

editora legatus X

a coluna babel do caderno sabático, do jornal o estado de são paulo, a cargo da jornalista raquel cozer, traz uma atualização em sua nota sobre a editora legatus. reproduzo:

Update: De um comprador de livros da Legatus para Denise: "Eu baixei o Maquiavel. Tinha 36 paginas, era um resumo mutilado, digamos assim. O livro honesto tem 200 pgs. Eu paguei 6,99 dolares. Não eh um conto do vigario?"
Além de tudo, está faltando um contato para reclamações, não? Fiquei sabendo de toda essa história da Legatus por um conhecido que comprou a tradução do "Paulo Besera" e recebeu a do José Geraldo Vieira. Ele escreveu há umas três semanas para a Amazon pedindo o dinheiro de volta e não teve resposta até agora. Diz Vieira que a Amazon avisa quando recebe reclamações (houve algumas, segundo ele, sobre a Bíblia em inglês, na qual faltavam versículos), mas eu mesma já tentei entrar em contato com o site várias vezes sem nenhuma resposta. A Legatus deveria ter algum contato na internet para reclamações. E, indo ainda mais longe: a Amazon lava as mãos em relação aos produtos que oferece?
a denise ali citada sou eu. a obra de maquiavel citada é a arte da guerra, que a legatus retirou anteontem de seu catálogo na amazon e que constava como tradução de eugênio vinci de moraes. veja aqui e aqui . na verdade, o e-book comercializado pela legatus era um pífio arremedo mutilado, idêntico ao que a editora martin claret publica faz uns dez anos, dando como tradutor o fantasmático "jean melville", portador de alguns louros no panteão do plagiato nacional.



algum tempo atrás, eu já tinha até comentado que essa arte da guerra da martin claret mais parecia "um quilo de 150 gramas". veja aqui . pois bem, é essa piada de mau gosto que, até anteontem, a editora legatus vendia (por US$ 6,99) no site da amazon. curiosamente, seu ebook não traz o número das páginas. meu amigo contou uma por uma e concluiu que eram 36 (no corpo que escolheu; podia chegar a 40 páginas em corpo maior).



não entendo muito bem a nonchalance que o sr. alexandre vieira pires demonstra em suas declarações à jornalista raquel cozer, na nota supracitada. começa que já acho surpreendente que um editor desconheça os mais simples requisitos para a edição de qualquer livro, seja impresso, seja digital. que, além disso:

monte um catálogo composto apenas de obras disponíveis gratuitamente na rede, sem avaliar procedência e legitimidade, sem verificar dados e conteúdo,
publique resumos e obras incompletas, sem avisar o leitor e omitindo o número de páginas na edição,
utilize indevidamente nomes de tradutores seriíssimos (como eugênio vinci de moraes nos dois casos de maquiavel), 
flagrado nas irregularidades, credite as falhas aos sites       de onde extraiu as obras e declare com singela candura: "Confiei neles",
confesso, é demais para meu entendimento.



outra questão que me parece muito importante é, como bem pergunta a jornalista raquel cozer: "a Amazon lava as mãos em relação aos produtos que oferece?"

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Published on February 12, 2011 16:58

editora legatus IX

no sábado passado, a jornalista raquel cozer tinha dado uma nota em sua coluna semanal sobre um caso editorial bizarro.



dando continuidade ao tema, hoje ela publica outra nota , que reproduzo abaixo:

INTERNET



Negócio arriscado



Alexandre Pires Vieira descobriu nesta semana que vida de editor não é simples. Responsável pela Legatus, citada na última Babel por vender na Amazon e-books em português com dados incorretos, ele informou à coluna que não sabia da necessidade de fichas catalográficas e que vai tirar os títulos do ar até corrigir tudo. Nesta semana, a tradutora Denise Bottmann constatou diversos outros problemas, como versões cujos direitos não estão em domínio público.

           Sócio de empresa de seguros, Vieira disse que formatava livros para Kindle para consumo próprio até decidir testar a venda, há cerca de um ano, incluindo na loja para autores independentes da Amazon obras gratuitas localizadas em sites de download – aos quais credita os erros. "Confiei neles." Hoje tem cerca de 100 títulos à venda. Os negócios, diz, têm crescido 20% ao mês. O best-seller é a Bíblia em inglês, com 600 cópias só em janeiro, enquanto a Bíblia em português ("A da Legatus é a única em português na Amazon", orgulha-se) teve 60 exemplares vendidos no mesmo período.
bom, dizer o quê? talvez sugerir que os aspirantes a editor se informem previamente sobre os elementos básicos que compõem uma edição... acompanhe o caso legatus aqui.

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Published on February 12, 2011 07:21

editora legatus VIII

um cliente insatisfeito deixou um comentário na amazon sobre o oliver twist que tinha comprado na edição kindle da editora legatus:

traducao incompleta!!, May 12, 2010 By Eduardo Fagundes Jr. - Oliver Twist (Portuguese Edition) (Kindle Edition) - A traducao desta obra e primorosa, porem esta incompleta!!! Alias, este detalhe nao consta nas especificacoes da obra. Cuidado!
no post legatus V , eu tinha comentado que a tradução de oliver twist feita por machado de assis era um caso engraçado. como bem notou o leitor em seu comentário acima reproduzido, ela é incompleta.



oliver twist tem 53 capítulos no original e, evidentemente, foi escrito em inglês. machado de assis estava traduzindo a obra de dickens a partir de uma versão em francês, para publicação em fascículos ("em folhetim", como se dizia) no jornal da tarde. a certa altura, ficou meio farto, deu uma desculpa qualquer ao jornal e largou a tradução sem nem concluir o capítulo 28. além disso, nos capítulos que traduziu, machado (ou algum editor do folhetim) resumiu e cortou uns bons trechos da obra.



 

esse oliver amputado sem dúvida guarda um certo interesse para os estudiosos de machado assis. tirando isso, não entendo por que, para que e para quem publicar essa semitradução, ainda mais sem avisar o leitor.

 

a editora hedra, em 2002, até tentou dar andamento à tradução machadiana com ricardo lísias. para os interessados, eis aqui a tradução de machado de assis e eis aqui o oliver original.



imagem: book, interrupted. ver aqui.

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Published on February 12, 2011 04:17

February 11, 2011

editora legatus VII

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impressionante a volatilidade do catálogo da legatus!



entre ontem e hoje, o total de títulos da editora legatus na kindle store da amazon diminuiu de 139 para 93. parte dessa redução se deu nas três coleções que apresentamos nos posts anteriores.



a coleção " clássicos da literatura internacional ", que apresentava 32 títulos, fez uma dieta radical e em menos de 24 horas manteve apenas 6 dos títulos anteriores. em compensação, acrescentou 5 shakespeares e o indefectível bram stoker, perfazendo um total de 12 títulos.



a coleção " clássicos da filosofia " de 8 passou para 5 títulos. a página é meio bagunçada porque aparecem 7 títulos, sendo 2 deles da coleção "clássicos da política". continua a constar um estrambótico thoreau traduzido por machado de assis.



a coleção " clássicos da política " caiu de 9 para 4 títulos. na página linkada aparecem só 2, porque os outros 2 estão na página de clássicos da filosofia...





imagens: ffffound

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Published on February 11, 2011 04:16

February 10, 2011

editora legatus VI

quanto à coleção " clássicos da filosofia " da editora legatus, os títulos são os seguintes:

allan kardec, a gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo (guilon [sic] ribeiro)

allan kardec, o céu e o inferno (a justiça divina segundo o espiritismo) (manuel justiniano quintão)

allan kardec, viagem espírita em 1862 (guilon [sic] ribeiro)

francis bacon, novum organum: verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza (josé aluysio reis de andrade)

friedrich nietzsche, assim falava zaratustra (josé mendes de souza)

friedrich nietzsche, o anticristo: ensaio de uma crítica do cristianismo

heródoto de halicarnasso, história (pierre henri larcher; j.brito broca)

rené descartes, discurso sobre o método (enrico corvisieri)
na coleção " clássicos da política ", os títulos são:

emanuel kant, crítica da razão prática

emanuel kant, crítica da razão pura

henry d. thoreau, andar a pé

henry d. thoreau, desobediência civil (machado de assis)

jean-jacques rousseau, do contrato social (rolando roque da silva)

karl marx, friedrich engels e leon trotsky (prefácio), manifesto comunista (do partido)

nicolau maquiavel, a arte da guerra (eugênio vinci de moraes)

nicolau maquiavel, escritos políticos (eugênio vinci de moraes)

nicolau maquiavel, o príncipe
algumas coisas chamam a atenção:

a distribuição um tanto inusitada (as duas críticas de kant como clássicos da política ou livros espíritas como clássicos da filosofia).
a extravagante suposição de que machado de assis algum dia traduziu a desobediência civil de thoreau.
a presença de "enrico corvisieri", a fraude ambulante mais prolífica da editora nova cultural desde 1995, como suposto tradutor de descartes. veja aqui .
a menção a eugênio vinci de moraes em a arte da guerra e escritos políticos, o qual, surpreso com o fato, declara que nunca ouviu falar da editora legatus, jamais traduziu os escritos políticos de maquiavel para ela e traduziu a arte da guerra apenas para a l&pm (2008).
e agora, josé?..
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Published on February 10, 2011 05:00

editora legatus V

o catálogo da editora legatus, em kindle, na amazon, apresenta em sua coleção " clássicos da literatura internacional " 32 títulos, também disponíveis gratuitamente na rede. entre eles,



dezesseis deles não trazem a autoria da tradução:

alexandre dumas, as aventuras de robin hood

alexandre dumas, os três mosqueteiros

charles dickens, david copperfield

charles dickens, um cântico de natal

franz kafka, a metamorfose

franz kafka, o processo

jane austen, orgulho e preconceito

júlio verne, a volta ao mundo em oitenta dias

júlio verne, miguel strogoff

júlio verne, viagem ao centro da terra

júlio verne, vinte mil léguas submarinas

lewis carroll, alice no país das maravilhas

marquês de sade, augustine de villebranche [sic] ou o estratagema do amor

marquês de sade, contos libertinos

robert l. stevenson, a ilha do tesouro

voltaire and françois-marie arouet [sic], cândido de voltaire [sic]
quatro apresentam atribuição falsa ou equivocada da autoria da tradução:

dostoievski, crime e castigo (josé geraldo vieira)

dostoievski, noites brancas (josé geraldo vieira)

dostoievski, os irmãos karamazov (josé geraldo vieira)

dostoievski, uma criatura dócil (josé geraldo vieira)
três dependem de licenciamento dos autores da tradução:

charlotte brontë, jane eyre (marcos santarrita)

emily brontë, o morro dos ventos uivantes (vera pedroso)

leon tolstoi, o reino de deus está em vós (ceuna [sic] portocarrero)
nove estão em domínio público, por decurso do prazo de proteção ou por ser obras abandonadas:

charles dickens, oliver twist (machado de assis)

fiodor dostoievski, o idiota (josé geraldo vieira)

j.w. goethe, fausto (antónio feliciano de castilho)

john milton, paraíso perdido (antónio josé de lima leitão)

jonathan swift, as viagens de gulliver (cruz teixeira)

júlio verne, a esfinge do gelo, vol. 1 (napolião [sic] toscano)

júlio verne, a esfinge do gelo, vol. 2 (napolião [sic] toscano)

oscar wilde, o retrato de dorian gray (joão do rio)

victor hugo, os trabalhadores do mar (machado de assis)
entre as traduções em domínio público, a de oliver twist, feita por machado de assis, é um caso bizarro. farei um post específico sobre ela.

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Published on February 10, 2011 03:44

February 9, 2011

a propósito da legatus

nos últimos dias, tenho me detido sobre o catálogo da editora legatus . quero explicar uma coisa, para que não se tenha a impressão de que é mera implicância minha ou que tenho algum gosto especial em apontar falhas editoriais.



quem acompanha o nãogostodeplágio e @dbottmann no twitter sabe que defendo ferozmente a preservação de nosso patrimônio bibliográfico, que inclui obras de tradução, e defendo também um maior acesso social aos bens da cultura.



isso não significa que eu seja contrária à defesa dos direitos autorais patrimoniais, quando legítima. significa apenas que, em meu entender, a lei 9610/98, que rege os direitos autorais no brasil, é demasiado restritiva, dificultando enormemente o acesso da sociedade às obras culturais.



quero que se desenvolva mais rapidamente a aplicação de um dispositivo legal JÁ existente, a saber: que as obras órfãs e abandonadas - as quais, portanto, passam a integrar o domínio público - sejam mais amplamente divulgadas em caráter gratuito (por exemplo, passando a ser incorporadas com presteza e agilidade ao site de obras em DP do MEC e outras instâncias) e, quando comercializadas, que tenham preços compatíveis com seus custos mais baixos, tornando-se mais acessíveis ao público leitor.



quero que a abdr e outras associações de classe não persigam injustamente pessoas e entidades que disponibilizam gratuitamente obras há muito esgotadas, órfãs e abandonadas.



quero que essas entidades patronais não forcem demais os termos da lei e respeitem os já tão escassos mecanismos em que ela reconhece o direito da sociedade a um maior acesso cultural. quero que esses mecanismos se ampliem e que se corrijam francas distorções atualmente existentes.



posto isso, acho ótimo que as empresas disponibilizem em kindle o maior número possível de obras órfãs e abandonadas. é interessante a proposta da legatus, por exemplo. mas a execução é falha. entre obras em domínio público, ela inclui obras ainda protegidas, em alguns casos apresentando identificações errôneas de autoria e correndo o risco de resvalar para o temível pântano do plágio e da contrafação.



assim, continuarei a apontar aqui os casos da editora legatus que me parecem irregulares, sem que isso signifique que eu seja contrária à mais ampla divulgação e circulação de bens culturais. muito pelo contrário, meu intuito é que eles possam circular cada vez mais e melhor. e que o setor empresarial entenda que não há nada a temer de uma flexibilização dos direitos autorais: restritivos como são atualmente, eles é que geram essas irregularidades prejudiciais à própria iniciativa privada.

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Published on February 09, 2011 11:03

mais legatices

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minha querida amiga celina portocarrero virou ceuna portocarrero, nos créditos de tradução de o reino de deus está em vós, de tolstói, na versão kindle da editora legatus.



essa tradução, feita a partir do italiano, tinha sido publicada pela rosa dos tempos em 1994. agora está no grupo record (que incorporou a rosa dos tempos) pelo selo best-bolso, que, imagino eu, deve ter licenciado a tradução para a legatus.



nessa brincadeira, achei muito pop a mudança de nome da celina. vai para a listinha inaugurada pelo paulo besera.

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Published on February 09, 2011 06:32

editora legatus IV

. la donna è mobile



de repente, não mais que de repente, as traduções de dostoievski oferecidas no catálogo da editora legatus deixaram de ser de "paulo besera" e passaram a ser - todas elas - de josé geraldo vieira. consulte aqui .



pelo visto, a legatus parece não se importar com o fato de que josé geraldo jamais traduziu obra alguma de dostoievski, salvo

o idiota, que saiu em 1949 pela josé olympio.



como a vida não é composta só de burlas e mediocridades, vale lembrar que a edição da josé olympio ficou famosa também pelas ilustrações de oswaldo goeldi feitas a bico de pena. elas foram retomadas na edição d'o idiota pela 34, em tradução, esta sim, realmente feita por paulo bezerra (com "z" e dois "r").



veja aqui a galeria das ilustrações de goeldi para o idiota. 

a tradução de josé geraldo vieira está disponível para download gratuito aqui .

acompanhe o caso legatus: surpresa eletrônica (n'a biblioteca de raquel)
editora legatus  
editora legatus II  
editora legatus III


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Published on February 09, 2011 03:40

February 8, 2011

editora legatus III

Arrolei em legatus II as obras de Dostoievski que a Editora Legatus oferece em seu catálogo de e-books, e comentei o caso d'O idiota. Recapitulando, as outras são:

Dostoievski, Crime e castigo, em tradução de Paulo Besera (sic)
Dostoievski, Os irmãos Karamazov, em tradução de Paulo Besera
Dostoievski, Noites brancas, em tradução de Paulo Besera
Dostoievski, Uma criatura dócil, em tradução de Paulo Besera
De duas uma: ou o nome do tradutor Paulo Besera é inventado, ou é um grosseiro atamancamento do nome de Paulo Bezerra. As duas hipóteses são igualmente pavorosas: a primeira, porque oculta o nome do verdadeiro tradutor; a segunda, porque Paulo Bezerra nunca publicou nenhuma tradução sua de Uma criatura dócil, nem de Noites brancas, e, pelo se depreende da nota dada pela jornalista Raquel Cozer , não parece ter autorizado à Legatus a edição em e-book d' O idiota, nem de Crime e Castigo, nem d'Os irmãos Karamazov, publicados pela Editora 34.



Noites brancas existe em várias traduções em português: Nivaldo dos Santos, pela editora 34; Natália Nunes, pela L± Ruth Guimarães, pela Ediouro; Carlos Loures, disponível no EbooksBrasil - além de uma pataquada fenomenal, para a qual não descobri nenhuma explicação plausível, uma edição da Martin Claret atribuindo a tradução de Ruth Guimarães a ninguém menos que Isa Silveira Leal. A tradução de Ruth Guimarães está disponível em vários sites para download. Quanto a Uma criatura dócil, há as traduções de Fátima Bianchi, pela Cosac Naify, e de Vadim Nikitin, pela 34, com o nome de A dócil. A tradução de Bianchi também se encontra disponível para download na rede.



Não tenho Kindle e não me animo muito a comprar um só para conhecer os trabalhos do tradutor Paulo Besera: por isso não posso dar informações mais concretas sobre o conteúdo dos ebooks. Mas fica registrada a estranheza quanto às fichas técnicas que a Legatus apresenta no site da Amazon, com o alerta sobre a duvidosa atribuição dos créditos de tradução.

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atualização: teotônio simões do ebooksbrasil me avisa - no site da amazon tem um programa de kindle para pc, download gratuito. clique aqui

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Published on February 08, 2011 04:30

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Denise Bottmann
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