David Machado's Blog, page 3
June 27, 2011
Viagem para o leste
O vento soprou devagar nas últimas semanas, mas ainda assim acabou por afastar a névoa que pairava sobre o meu pulmão. E em plena convalescença começo a fazer as malas. Amanhã cedo - demasiado cedo, por sinal - sigo para a Sérvia, para o Festival do Conto de Kikinda.
Estive na Sérvia na Primavera de 2004. Viajava sozinho pelos Balcãs. Apanhei o comboio em Zagreb, viajei toda a noite, dormindo estendido num banco e cheguei a Belgrado às primeiras horas da manhã. Estive 4 dias em Belgrado. Havia um sol quente por cima da cidade e uma luz de encantar turistas. Sentei-me nas poltronas das esplanadas, percorri as longas avenidas, estive um par de horas a olhar para a extensão de água que é o lugar onde o Danúbio e o Sava se unem, visitei as igrejas, os museus, a solitária campa do Tito . Inesperadamente, senti-me em casa - não na campa do Tito, mas na cidade em geral. Depois, apanhei outro comboio que me levou para sul, para a Bulgária.
Agora vou regressar e sinto as memórias estremecerem. Não conheço Kikinda. Sei que fica no Norte da Sérvia, perto da fronteira com a Roménia. Sei que, ao longo da próxima semana, escritores de toda a Europa estarão ali para ler contos, palavras escritas e ditas em diferentes línguas. E sei que, depois dos próximos dias, essa cidade será também uma memória em mim.
Se por acaso alguém andar pela Sérvia esta semana, vou estar a ler contos de HISTÓRIAS POSSÍVEIS, na sexta-feira em Kikinda e no sábado em Belgrado.
Estive na Sérvia na Primavera de 2004. Viajava sozinho pelos Balcãs. Apanhei o comboio em Zagreb, viajei toda a noite, dormindo estendido num banco e cheguei a Belgrado às primeiras horas da manhã. Estive 4 dias em Belgrado. Havia um sol quente por cima da cidade e uma luz de encantar turistas. Sentei-me nas poltronas das esplanadas, percorri as longas avenidas, estive um par de horas a olhar para a extensão de água que é o lugar onde o Danúbio e o Sava se unem, visitei as igrejas, os museus, a solitária campa do Tito . Inesperadamente, senti-me em casa - não na campa do Tito, mas na cidade em geral. Depois, apanhei outro comboio que me levou para sul, para a Bulgária.
Agora vou regressar e sinto as memórias estremecerem. Não conheço Kikinda. Sei que fica no Norte da Sérvia, perto da fronteira com a Roménia. Sei que, ao longo da próxima semana, escritores de toda a Europa estarão ali para ler contos, palavras escritas e ditas em diferentes línguas. E sei que, depois dos próximos dias, essa cidade será também uma memória em mim.
Se por acaso alguém andar pela Sérvia esta semana, vou estar a ler contos de HISTÓRIAS POSSÍVEIS, na sexta-feira em Kikinda e no sábado em Belgrado.
Published on June 27, 2011 10:31
June 15, 2011
E-book + nevoeiro no peito + Porto + 33
Antes de mais, fica aqui o convinte para aparecerem hoje à noite no Chapitô para uma conversa sobre o e-book, no âmbito do ciclo Para Acabar de Vez com a Leitura. Sou eu, o Carlos da Veiga Ferreira, o José Mário Silva, o Miguel Miranda, o João Tordo (embora o nome dele não apareça no cartaz) e o Nuno Seabra Lopes. A moderação é da Eurídice Gomes.
...
A tosse não passa. Ontem, numa nova radiografia ao tórax descobri que há neblina branca e esfiapada sobre o meu pulmão direito, como se fosse manhã cedo dentro do meu peito e o sol ainda não tivesse subido. Não parece mau tempo, tem aspecto de clima ameno, mas a tosse violenta que me provoca é de temporal.
Para os mais atentos: sim, é ainda o mesmo temporal que me assaltou há um mês atrás. O vento não tem soprado com a força necessária para levar com ele as nuvens.
...
Estive dois dias no Porto para a Feira do Livro. Primeiro no debate sobre Novos Autores Portugueses. A conversa foi óptima, mas quase poderia ter acontecido ali como no restaurante onde jantámos antes. Porque havia pouco mais de dez pessoas na assistência. E eu sei que estávamos a falar de coisas habitualmente chatas como são os livros e os escritores, e que era nove e meia da noite de uma sexta-feira, e que a dimensão da Feira do Livro do Porto é consideravelmente menor em relação à de Lisboa, e que nenhum dos convidados sentados à mesa era uma mega-estrela da literatura nacional. Mas, ainda assim, alguma coisa está a falhar. Tenho a certeza de que há mais gente no Porto e arredores interessada em assistir a uma conversa deste tipo. No entanto, por algum motivo obscuro, a mensagem não chegou a essas pessoas. E o problema não é só do Porto. Tem-me acontecido, de vez em quando, um pouco por todo o lado, mesmo fora de fronteiras.
No sábado houve autógrafos e conversa com amigos do Porto, escritores, editores, jornalistas e simples civis.
E também boa comida e óptimo tempo.
...
Ontem, no mesmo dia em que fiz a radiografia, fiz anos. Não me senti um ano mais velho, senti-me um ano com mais tosse.
Aproveito para agradecer todas as mensagens no facebook, e-mails, sms, telefonemas. É muito bom estar assim rodeado de amigos.
Quero partilhar duas mensagens que recebi. Uma do Paulo Freixinho, esse fanático inveterado das palavras cruzadas portuguesas, que me ofereceu este retrato.
E uma mensagem encriptada do Carlos da Cruz Luna:
SNÉBARAP!!!!!!!!!!!!
muito apropriada, claro, mas apenas perceptível para quem leu DEIXEM FALAR AS PEDRAS. Aliás, em breve quero escrever aqui sobre essas duas páginas do romance.
...
A tosse não passa. Ontem, numa nova radiografia ao tórax descobri que há neblina branca e esfiapada sobre o meu pulmão direito, como se fosse manhã cedo dentro do meu peito e o sol ainda não tivesse subido. Não parece mau tempo, tem aspecto de clima ameno, mas a tosse violenta que me provoca é de temporal.
Para os mais atentos: sim, é ainda o mesmo temporal que me assaltou há um mês atrás. O vento não tem soprado com a força necessária para levar com ele as nuvens.
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Estive dois dias no Porto para a Feira do Livro. Primeiro no debate sobre Novos Autores Portugueses. A conversa foi óptima, mas quase poderia ter acontecido ali como no restaurante onde jantámos antes. Porque havia pouco mais de dez pessoas na assistência. E eu sei que estávamos a falar de coisas habitualmente chatas como são os livros e os escritores, e que era nove e meia da noite de uma sexta-feira, e que a dimensão da Feira do Livro do Porto é consideravelmente menor em relação à de Lisboa, e que nenhum dos convidados sentados à mesa era uma mega-estrela da literatura nacional. Mas, ainda assim, alguma coisa está a falhar. Tenho a certeza de que há mais gente no Porto e arredores interessada em assistir a uma conversa deste tipo. No entanto, por algum motivo obscuro, a mensagem não chegou a essas pessoas. E o problema não é só do Porto. Tem-me acontecido, de vez em quando, um pouco por todo o lado, mesmo fora de fronteiras.
No sábado houve autógrafos e conversa com amigos do Porto, escritores, editores, jornalistas e simples civis.
E também boa comida e óptimo tempo.
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Ontem, no mesmo dia em que fiz a radiografia, fiz anos. Não me senti um ano mais velho, senti-me um ano com mais tosse.
Aproveito para agradecer todas as mensagens no facebook, e-mails, sms, telefonemas. É muito bom estar assim rodeado de amigos.
Quero partilhar duas mensagens que recebi. Uma do Paulo Freixinho, esse fanático inveterado das palavras cruzadas portuguesas, que me ofereceu este retrato.
E uma mensagem encriptada do Carlos da Cruz Luna:
SNÉBARAP!!!!!!!!!!!!
muito apropriada, claro, mas apenas perceptível para quem leu DEIXEM FALAR AS PEDRAS. Aliás, em breve quero escrever aqui sobre essas duas páginas do romance.
Published on June 15, 2011 04:23
June 9, 2011
2 dias de Porto
O programa para os próximos dias passa para a Feira do Livro do Porto.
Amanhã, sexta-feira, dia 10, às 21:30, vou participar no debate FICÇÃO PORTUGUESA: 4 DA NOVÍSSIMA VAGA, um tema que, ao que parece, é uma tendência desta estação. Os outros participantes são o Pedro Vieira, o Paulo Ferreira e o António Figueira. A moderação caberá ao Tito Couto.
Depois, no sábado, dia 11, a partir das 15:00 podem encontrar-me no espaço da Leya, para autógrafos e conversa.
Apareçam e cheguem-se, por favor não fiquem a olhar-me à distância, o tempo em que eu mordia já lá vai.
Entre estas actividades conto estar presente em almoçaradas, jantaradas e outras animações. Espero encontrar amigos que não vejo há algum tempo.
É a primeira vez que vou estar na Feira do Livro do Porto. Até hoje nunca se tinha proporcionado. E fico feliz, claro.
Amanhã, sexta-feira, dia 10, às 21:30, vou participar no debate FICÇÃO PORTUGUESA: 4 DA NOVÍSSIMA VAGA, um tema que, ao que parece, é uma tendência desta estação. Os outros participantes são o Pedro Vieira, o Paulo Ferreira e o António Figueira. A moderação caberá ao Tito Couto.
Depois, no sábado, dia 11, a partir das 15:00 podem encontrar-me no espaço da Leya, para autógrafos e conversa.
Apareçam e cheguem-se, por favor não fiquem a olhar-me à distância, o tempo em que eu mordia já lá vai.
Entre estas actividades conto estar presente em almoçaradas, jantaradas e outras animações. Espero encontrar amigos que não vejo há algum tempo.
É a primeira vez que vou estar na Feira do Livro do Porto. Até hoje nunca se tinha proporcionado. E fico feliz, claro.
Published on June 09, 2011 03:19
May 31, 2011
Cata Livros + Comunidade de Leitores + Imprensa
Vou tentar lembrar-me de tudo.
Antes de mais, está finalmente operacional o site Cata Livros. O projecto é uma pareceria entre a Casa da Leitura e a Fundação Calouste Gulbenkian e disponibiliza uma série de livros em diferentes formatos. Entre leituras em voz alta, entrevista com autores, animações a partir de livros e outras actividades, é possível folhear as primeiras páginas de O TUBARÃO NA BANHEIRA e de OS QUATRO COMANDANTES DA CAMA VOADORA. Se quiserem tentar chegar lá sozinhos sem se perderem, na página inicial do Cata Livros, cliquem na janela desenhada num papel, depois, para a Cama Voadora, cliquem no avião de papel e, para o Tubarão, no barco de piratas de papel.
...
Um comentário à conversa sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS na Comunidade de Leitores da Almedina. Muitos tinham lido o livro, alguns, entre perguntas e opiniões, disseram-me que tinham gostado. E eu fiquei feliz. Mas fiquei mais feliz quando vários membro da comunidade se puseram a discutir, com algum fervor à causa, se a família do meu livro é ou não uma família desestruturada. Não houve consenso. E isso é muito bom quando se trata de um romance.
...
Deixo aqui a ligação para a (muito elogiosa) crítica a DEIXEM FALAR AS PEDRAS que o António Pedro Vasconcelos escreveu na sua crónica semanal no jornal Sol.
Há uma outra crítica a DEIXEM FALAR AS PEDRAS na edição de Junho da revista Blitz, pelo João Bonifácio.
No Atual desta semana, há crítica a A MALA ASSOMBRADA, pela Sara Figueiredo Costa.
Antes de mais, está finalmente operacional o site Cata Livros. O projecto é uma pareceria entre a Casa da Leitura e a Fundação Calouste Gulbenkian e disponibiliza uma série de livros em diferentes formatos. Entre leituras em voz alta, entrevista com autores, animações a partir de livros e outras actividades, é possível folhear as primeiras páginas de O TUBARÃO NA BANHEIRA e de OS QUATRO COMANDANTES DA CAMA VOADORA. Se quiserem tentar chegar lá sozinhos sem se perderem, na página inicial do Cata Livros, cliquem na janela desenhada num papel, depois, para a Cama Voadora, cliquem no avião de papel e, para o Tubarão, no barco de piratas de papel.
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Um comentário à conversa sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS na Comunidade de Leitores da Almedina. Muitos tinham lido o livro, alguns, entre perguntas e opiniões, disseram-me que tinham gostado. E eu fiquei feliz. Mas fiquei mais feliz quando vários membro da comunidade se puseram a discutir, com algum fervor à causa, se a família do meu livro é ou não uma família desestruturada. Não houve consenso. E isso é muito bom quando se trata de um romance.
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Deixo aqui a ligação para a (muito elogiosa) crítica a DEIXEM FALAR AS PEDRAS que o António Pedro Vasconcelos escreveu na sua crónica semanal no jornal Sol.
Há uma outra crítica a DEIXEM FALAR AS PEDRAS na edição de Junho da revista Blitz, pelo João Bonifácio.
No Atual desta semana, há crítica a A MALA ASSOMBRADA, pela Sara Figueiredo Costa.
Published on May 31, 2011 11:11
As palavras e os números
Não foram as palavras que se esgotaram. Antes pelo contrário: as palavras acumulam-se em encadeamentos distintos e paralelos. Foi o tempo, claro. Não só o tempo dos relógios, mas também o tempo na cabeça, que se estreitou muito por causa das aglomerações de palavras. Fica, como explicação, um (micro-)conto sobre matemática:
Éramos três cá em casa. Agora somos quatro.
A diferença - 1 - é enorme, é o espaço todo, é uma vida inteira, são todas as palavras e o próprio significado das palavras, que se alterou e expandiu.
(A emissão segue já de seguida.)
Éramos três cá em casa. Agora somos quatro.
A diferença - 1 - é enorme, é o espaço todo, é uma vida inteira, são todas as palavras e o próprio significado das palavras, que se alterou e expandiu.
(A emissão segue já de seguida.)
Published on May 31, 2011 10:54
May 20, 2011
Uma semana em jeito de relato
A semana passou mais calma que as últimas. E eu sabia que andava a precisar muito disto, mas não sabia que precisava tanto.
Ainda assim saí de casa na terça-feira e fui à livraria Barata para assistir à leitura de A MALA ASSOMBRADA pelos alunos do 3ºD da EB1 do Bairro de São Miguel. E gostei tanto. O livro a saltar de mãos, os ritmos diferentes da leitura, as pessoas que assistiam a sorrir. Já li o livro em voz alta muitas vezes e começo a ficar viciado em certos tiques de leitura e num tom que me sai por instinto. Foi muito bom ouvir a história noutras vozes, quase como se fosse outra história.
E no final houve autógrafos. Aqui fica o registo desse momento.

...
Para quem não deu conta (e acredito que muitos não tenham dado conta), a minha semana passada foi muito televisiva.
Duas vezes na TVI24, em dias seguidos (eu sei, é absurdo). Primeiro no Nada de Cultura, do Francisco José Viegas, com a Patrícia Reis, o Paulo Ferreira e o António Fiqueira, à conversa sobre contar histórias. Depois no Livraria Ideal, do João Paulo Sacadura, a falar sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS e A MALA ASSOMBRADA.
E ainda no Ah, a Literatura!, do Canal Q, da Catarina Homem Marques e do Pedro Vieira, filmado na Feira do Livro de Lisboa, num dia de sol e calor, e vim de lá a pensar que todos os programas na televisão deveriam ter a sua própria barraca de farturas porque os convidados, por mais ilustres, pareceriam mais pessoas com os dedos engordurados e a boca cheia de açúcar.
No jornal Público do último sábado, a Rita Pimenta critica assim A MALA ASSOMBRADA:
Dois irmãos. Um medroso (o mais velho) e um destemido. O primeiro quer assustar o segundo e inventa um fantasma fechado numa mala que encontrou em cima do muro de um casarão. O plano sai-lhe ao contrário. O irmão mais novo não só abre a mala, como o convence de que o fantasma, agora à solta, o persegue por toda a casa. Chega até a entrar nos canos. "Se estiveres calado, consegues ouvir os barulhos que o fantasma faz dentro das paredes." Não é apenas uma história sobre os medos, invocando o sobrenatural (grato aos pequenos leitores), é também sobre a cumplicidade, a competição e a brincadeira entre irmãos. David Machado criou uma bela história. O talento de João M. P. Lemos consegue brilhar mesmo nas ilustrações mais sombrias… e as imagens vão bastante além da narrativa. Um aplauso especial para as páginas de fundo (quase sempre) escuro, cujos elementos surgem apenas em contorno. Sintetizam de forma exemplar as ideias a transmitir.
E o texto da Rita Pimenta deixa-me muito contente, sobretudo pelos piropos ao trabalho do João Lemos.
Por outro lado, parece que na edição de hoje do Sol, o António Pedro Vasconcelos escreve na sua coluna sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS. Ainda não li. Mas disseram-me que ia gostar.
Ainda assim saí de casa na terça-feira e fui à livraria Barata para assistir à leitura de A MALA ASSOMBRADA pelos alunos do 3ºD da EB1 do Bairro de São Miguel. E gostei tanto. O livro a saltar de mãos, os ritmos diferentes da leitura, as pessoas que assistiam a sorrir. Já li o livro em voz alta muitas vezes e começo a ficar viciado em certos tiques de leitura e num tom que me sai por instinto. Foi muito bom ouvir a história noutras vozes, quase como se fosse outra história.
E no final houve autógrafos. Aqui fica o registo desse momento.

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Para quem não deu conta (e acredito que muitos não tenham dado conta), a minha semana passada foi muito televisiva.
Duas vezes na TVI24, em dias seguidos (eu sei, é absurdo). Primeiro no Nada de Cultura, do Francisco José Viegas, com a Patrícia Reis, o Paulo Ferreira e o António Fiqueira, à conversa sobre contar histórias. Depois no Livraria Ideal, do João Paulo Sacadura, a falar sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS e A MALA ASSOMBRADA.
E ainda no Ah, a Literatura!, do Canal Q, da Catarina Homem Marques e do Pedro Vieira, filmado na Feira do Livro de Lisboa, num dia de sol e calor, e vim de lá a pensar que todos os programas na televisão deveriam ter a sua própria barraca de farturas porque os convidados, por mais ilustres, pareceriam mais pessoas com os dedos engordurados e a boca cheia de açúcar.
No jornal Público do último sábado, a Rita Pimenta critica assim A MALA ASSOMBRADA:
Dois irmãos. Um medroso (o mais velho) e um destemido. O primeiro quer assustar o segundo e inventa um fantasma fechado numa mala que encontrou em cima do muro de um casarão. O plano sai-lhe ao contrário. O irmão mais novo não só abre a mala, como o convence de que o fantasma, agora à solta, o persegue por toda a casa. Chega até a entrar nos canos. "Se estiveres calado, consegues ouvir os barulhos que o fantasma faz dentro das paredes." Não é apenas uma história sobre os medos, invocando o sobrenatural (grato aos pequenos leitores), é também sobre a cumplicidade, a competição e a brincadeira entre irmãos. David Machado criou uma bela história. O talento de João M. P. Lemos consegue brilhar mesmo nas ilustrações mais sombrias… e as imagens vão bastante além da narrativa. Um aplauso especial para as páginas de fundo (quase sempre) escuro, cujos elementos surgem apenas em contorno. Sintetizam de forma exemplar as ideias a transmitir.
E o texto da Rita Pimenta deixa-me muito contente, sobretudo pelos piropos ao trabalho do João Lemos.
Por outro lado, parece que na edição de hoje do Sol, o António Pedro Vasconcelos escreve na sua coluna sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS. Ainda não li. Mas disseram-me que ia gostar.
Published on May 20, 2011 02:47
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