David Machado's Blog, page 2
January 5, 2012
Estes meses de silêncio
Eu sei. Faz muito tempo que não escrevo aqui. Salva-me a única desculpa credível de que estive a escrever um livro. Não quero falar muito sobre isso agora. Está escrito mas não está terminado. Neste momento tem 246 páginas e 22 capítulos. É um romance. Não é um romance como os meus outros romances. É um romance de fantasia. Há muito tempo que queria escrever esta história, a ideia original tem 4 ou 5 anos. E eu leio muitos romances de fantasia. E no fundo é essa a razão que me leva a escrever qualquer texto de ficção: eu escrevo o livro que gostaria de ler. Não há uma data de publicação, mas espero que seja brevemente. E não quero dizer mais.
...
Nos últimos dois meses, apareceram algumas coisas sobre mim na imprensa, embora eu não publique um livro há mais de meio ano. Aqui vai.
No início de Dezembro, no suplemento anual da Visão, Visão Gourmet, há um artigo sobre a minha última ceia. Gostei muito dessa entrevista (orientada pela Sara Belo Luís), porque comer bem e cozinhar começam a tornar-se obsessões e reflectir sobre a minha última ceia antes de morrer ajudou-me a perceber que uma refeição só é completa quando existem mais pessoas sentadas à mesa. Toda a refeição que apresentei é, na verdade, composta por pratos da minha mãe e das minhas avós que eram frequentes na minha infância, quando havia sempre outras pessoas sentadas à mesa. Se não se cruzaram com esse artigo, vocês é que ficaram a perder, porque foi publicado acompanhado pela receita do Pudim de Ovos da minha avó Ilda.
Na última semana do ano, a Time Out fez uma reportagem sobre 11 pessoas com quem gostariam de jantar em 2012. Eu sou uma dessas 11. E fico feliz por me escolherem, pela confiança no meu trabalho, por me juntarem a todos aqueles nomes tão proeminentes.

No número 6 da revista Fonte, do Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, a Maria Manuela Maldonado assina um ensaio/crítica sobre o Fabuloso Teatro do Gigante e sobre o Histórias Possíveis que gostei tanto de ler, pela atenção dada a alguns detalhes que foram importantes para mim quando escrevi esses livros. Mas gostei sobretudo de ler a carta tão bonita que me enviou, na qual fala sobre o Deixem Falar as Pedras, numa análise tão atenta e cuidada, e me dá a sua força para continuar a escrever. Obrigado, Maria Manuela. (Ainda não lhe respondi, mas vou fazê-lo, claro.)

E no Bibliotecário de Babel, o José Mário Silva incluiu o Deixem Falar as Pedras na lista do melhores livros de ficção de 2011. Aqui.
...
Não é tudo. Dois meses não se resumem a apenas isto. Há mais, mas agora não há tempo para tanto. Prometo mais regularidade.
E um Bom Ano a todos.
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Nos últimos dois meses, apareceram algumas coisas sobre mim na imprensa, embora eu não publique um livro há mais de meio ano. Aqui vai.
No início de Dezembro, no suplemento anual da Visão, Visão Gourmet, há um artigo sobre a minha última ceia. Gostei muito dessa entrevista (orientada pela Sara Belo Luís), porque comer bem e cozinhar começam a tornar-se obsessões e reflectir sobre a minha última ceia antes de morrer ajudou-me a perceber que uma refeição só é completa quando existem mais pessoas sentadas à mesa. Toda a refeição que apresentei é, na verdade, composta por pratos da minha mãe e das minhas avós que eram frequentes na minha infância, quando havia sempre outras pessoas sentadas à mesa. Se não se cruzaram com esse artigo, vocês é que ficaram a perder, porque foi publicado acompanhado pela receita do Pudim de Ovos da minha avó Ilda.
Na última semana do ano, a Time Out fez uma reportagem sobre 11 pessoas com quem gostariam de jantar em 2012. Eu sou uma dessas 11. E fico feliz por me escolherem, pela confiança no meu trabalho, por me juntarem a todos aqueles nomes tão proeminentes.

No número 6 da revista Fonte, do Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, a Maria Manuela Maldonado assina um ensaio/crítica sobre o Fabuloso Teatro do Gigante e sobre o Histórias Possíveis que gostei tanto de ler, pela atenção dada a alguns detalhes que foram importantes para mim quando escrevi esses livros. Mas gostei sobretudo de ler a carta tão bonita que me enviou, na qual fala sobre o Deixem Falar as Pedras, numa análise tão atenta e cuidada, e me dá a sua força para continuar a escrever. Obrigado, Maria Manuela. (Ainda não lhe respondi, mas vou fazê-lo, claro.)

E no Bibliotecário de Babel, o José Mário Silva incluiu o Deixem Falar as Pedras na lista do melhores livros de ficção de 2011. Aqui.
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Não é tudo. Dois meses não se resumem a apenas isto. Há mais, mas agora não há tempo para tanto. Prometo mais regularidade.
E um Bom Ano a todos.
Published on January 05, 2012 09:26
November 4, 2011
Sobre o Prémio Branquinho da Fonseca
Confesso que tenho andado a gozar felicidade alheia desde que soube que a Maria João Lopes venceu a sexta edição do Prémio Branquinho da Fonseca, na modalidade infantil, com o conto "O gatuno e o extraterreste trombudo". Em Abril deste ano, a Maria João participou num workshop de escrita de livro infantil que orientei na Escrever Escrever. Trazia boas ideias e mão nas palavras. Posso apenas esperar tê-la ajudado a encontrar a melhor forma de trabalhar tanto ideias como palavras. Mas o resto ela fez sozinha, como é suposto acontecer. Já li o conto e percebo que o jurí lhe tenha atribuído o prémio por unanimidade.
E agora está tudo a começar para a Maria João. Recordo bem como foi comigo, há seis anos. De repente o mundo parece enorme e tudo é uma possibilidade. Acredito que essa sensação é rara, é importante vivê-la absolutamente. Espero que a Maria João Lopes saiba isso. Sei, pelo menos, que ela está feliz. E é essa felicidade que ando a gozar.
Parabéns, Maria João.
E agora está tudo a começar para a Maria João. Recordo bem como foi comigo, há seis anos. De repente o mundo parece enorme e tudo é uma possibilidade. Acredito que essa sensação é rara, é importante vivê-la absolutamente. Espero que a Maria João Lopes saiba isso. Sei, pelo menos, que ela está feliz. E é essa felicidade que ando a gozar.
Parabéns, Maria João.
Published on November 04, 2011 10:51
Na Time Out da semana passada
Published on November 04, 2011 10:30
October 14, 2011
Duas ou três coisas
Assim, sem muitos preâmbulos, deixo aqui duas ou três coisas que se passaram nas últimas semanas e depois volto ao trabalho.
O programa do canal Q, Ah, a Literatura! chegou ao fim, o que é mau, porque agora vamos todos ter de voltar a pensar que a literatura é coisa de vida ou morte, ou acima da vida e da morte, que só pode ser debatida por gente com pelo menos três doutoramentos. Eu estava lá, no último episódio, falei até, mas confesso que estive sobretudo entretido com o copo de vinho verde que tinha na mão. Foi assim
O programa do canal Q, Ah, a Literatura! chegou ao fim, o que é mau, porque agora vamos todos ter de voltar a pensar que a literatura é coisa de vida ou morte, ou acima da vida e da morte, que só pode ser debatida por gente com pelo menos três doutoramentos. Eu estava lá, no último episódio, falei até, mas confesso que estive sobretudo entretido com o copo de vinho verde que tinha na mão. Foi assim
Published on October 14, 2011 06:04
September 16, 2011
Em Outubro vou orientar um novo workshop de escrita de livro infantil
Como os anteriores workshops que orientei, este também vai ser na Escrever Escrever (em pleno Largo do Camões). As inscrições estão abertas, as vagas são limitadas e as estatíticas revelam que as cadeiras na sala ficam sempre todas ocupadas.
São seis sessões ao longo de seis semanas, a começar no dia 10 de Outubro.
Mais informações aqui.
E eu nunca tinha pensado fazer isto, ser "professor", passar conhecimentos, porque nunca me achei dotado de conhecimentos suficientemente relevantes para serem passados. Mas há cerca de um ano a Conceição Garcia (da Escrever Escrever) perguntou-me se eu queria estruturar um curso à volta de escrita de livro infantil e eu disse que sim, sobretudo porque me pareceu importante (para mim, antes de mais) organizar as ideias em relação a algo que sempre fiz guiado por instintos. Não é fácil: transformar instintos em critérios racionais.
Só que a verdade é que estes cursos não são tanto uma passagem de conhecimentos, mas antes uma troca de ideias constante, uma reflexão em grupo sobre narrativas e personagens e palavras. E eu não sei se isto está certo, mas eu aprendo também, eu descubro novas formas de olhar para as palavras através dos pensamentos dos meus "alunos".
E falta falar do meu espanto. Porque eles ouvem-me e quase todos estão dispostos a forçar os seus limites e a largar mão de fórmulas lógicas que os acompanham há muito tempo. No final do curso, quase todos partilham a opinião de que não iam à espera que fosse tão difícil, eles pensavam que escrever um livro era mais simples. A qualidade dos contos que escrevem não é o mais importante, ainda que alguns sejam promissores. Ninguém escreve um bom conto à primeira tentativa. Nem à segunda. Nem à décima quinta. O mais importante é isto: depois daquelas seis sessões eles sabem que se começa a escrever uma narrativa muito antes da primeira palavra surgir no papel ou no ecrã e que o último ponto final da história está longe de ser o final do trabalho. E saber que eles sabem isso deixa-me sempre tão feliz.
São seis sessões ao longo de seis semanas, a começar no dia 10 de Outubro.
Mais informações aqui.
E eu nunca tinha pensado fazer isto, ser "professor", passar conhecimentos, porque nunca me achei dotado de conhecimentos suficientemente relevantes para serem passados. Mas há cerca de um ano a Conceição Garcia (da Escrever Escrever) perguntou-me se eu queria estruturar um curso à volta de escrita de livro infantil e eu disse que sim, sobretudo porque me pareceu importante (para mim, antes de mais) organizar as ideias em relação a algo que sempre fiz guiado por instintos. Não é fácil: transformar instintos em critérios racionais.
Só que a verdade é que estes cursos não são tanto uma passagem de conhecimentos, mas antes uma troca de ideias constante, uma reflexão em grupo sobre narrativas e personagens e palavras. E eu não sei se isto está certo, mas eu aprendo também, eu descubro novas formas de olhar para as palavras através dos pensamentos dos meus "alunos".
E falta falar do meu espanto. Porque eles ouvem-me e quase todos estão dispostos a forçar os seus limites e a largar mão de fórmulas lógicas que os acompanham há muito tempo. No final do curso, quase todos partilham a opinião de que não iam à espera que fosse tão difícil, eles pensavam que escrever um livro era mais simples. A qualidade dos contos que escrevem não é o mais importante, ainda que alguns sejam promissores. Ninguém escreve um bom conto à primeira tentativa. Nem à segunda. Nem à décima quinta. O mais importante é isto: depois daquelas seis sessões eles sabem que se começa a escrever uma narrativa muito antes da primeira palavra surgir no papel ou no ecrã e que o último ponto final da história está longe de ser o final do trabalho. E saber que eles sabem isso deixa-me sempre tão feliz.
Published on September 16, 2011 04:48
September 15, 2011
Já há coisas a acontecer mas ainda não se podem ver
Três semanas de silêncio aqui no blog para: 1) Voltar a trabalhar no romance que ficou pendurado durante as férias. 2) Gerir a desarrumação da casa por causa das obras que fizemos numa das divisões. 3) Não sou capaz de identificar exactamente um terceiro motivo, é mais uma longa soma de pequenos motivos diários.
Entretanto, as obras terminaram, restou a desarrumação e uma poeira fina que andou vários dias a pairar no ar e por fim assentou em tudo o que há na casa.
E o romance avançou. Isso era importante para mim. Durante as férias escrevi pouco mais de cinco páginas, as ideias e as palavras acumularam-se e andava engasgado.
...
Por outro lado, a agenda do próximo ano começa a assumir contornos. Em breve deixo aqui as visitas a escolas e bibliotecas já confirmadas. Há também dois ou três projectos com os quais já aceitei colaborar, no entanto, ainda é cedo para falar sobre isso.
...
E o José Mário Silva colocou finalmente no seu blog a recensão que escreveu sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS na revista LER de Junho.
Entretanto, as obras terminaram, restou a desarrumação e uma poeira fina que andou vários dias a pairar no ar e por fim assentou em tudo o que há na casa.
E o romance avançou. Isso era importante para mim. Durante as férias escrevi pouco mais de cinco páginas, as ideias e as palavras acumularam-se e andava engasgado.
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Por outro lado, a agenda do próximo ano começa a assumir contornos. Em breve deixo aqui as visitas a escolas e bibliotecas já confirmadas. Há também dois ou três projectos com os quais já aceitei colaborar, no entanto, ainda é cedo para falar sobre isso.
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E o José Mário Silva colocou finalmente no seu blog a recensão que escreveu sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS na revista LER de Junho.
Published on September 15, 2011 02:20
August 23, 2011
Já está nas livrarias
Published on August 23, 2011 10:30
No último mês
No último mês o mundo deixou de existir temporariamente. Em quatro semanas de férias ligámo-nos à internet por pouco mais de uma hora repartida por duas ocasiões. Nas duas primeiras semanas, não ligámos a televisão uma única vez e depois disso assistimos ao telejornal umas três ou quatro noites. Um dia comprámos o jornal mas mal o abrimos. De modo que os emails acumularam-se até ao disparate e soubemos dos motins no Reino Unido quando já tudo estava em paz e ainda hoje não sei o resultado dos jogos que a seleção portuguesa fez nem os do início do campeonato. Não foi propositado. Mas para o ano que vem será.
...
Não costumo falar aqui de leituras, mas nas últimas semanas li livros cujos títulos sinto que devo partilhar.
You shall know our velocity, de Dave Eggers (em Portugal está publicado na Quetzal)
The autograph man, de Zadie Smith (em Portugal na Dom Quixote)
The history of love, de Nicole Krauss (em Portugal na Dom Quixote)
The broom of the system, de David Foster Wallace (em Portugal ainda nenhum editor deu conta de que há um buraco nas prateleiras das livrarias e que só este autor lá cabe)
...
E depois de três meses (juro, foram três meses) e várias peripécias , chegou no correio esta preciosidade:
o autor é favorito cá em casa e mesmo que fossem apenas meia dúzia de páginas a expectativa seria idêntica.
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Não costumo falar aqui de leituras, mas nas últimas semanas li livros cujos títulos sinto que devo partilhar.
You shall know our velocity, de Dave Eggers (em Portugal está publicado na Quetzal)
The autograph man, de Zadie Smith (em Portugal na Dom Quixote)
The history of love, de Nicole Krauss (em Portugal na Dom Quixote)
The broom of the system, de David Foster Wallace (em Portugal ainda nenhum editor deu conta de que há um buraco nas prateleiras das livrarias e que só este autor lá cabe)
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E depois de três meses (juro, foram três meses) e várias peripécias , chegou no correio esta preciosidade:
o autor é favorito cá em casa e mesmo que fossem apenas meia dúzia de páginas a expectativa seria idêntica.
Published on August 23, 2011 08:19
July 5, 2011
Notas sobre Belgrado
Da primeira vez que deixei Belgrado, há 7 anos, pensei: "Gostava muito de voltar aqui, mas é possível que isso nunca aconteça." No domingo de madrugada, apanhei um táxi para o aeroporto e pensei: "Gostava muito de voltar aqui, mas é possível que isso nunca aconteça." De modo que tenho esperança.
O meu corpo lembrava-se de Belgrado. Na recepção do hotel pedi um mapa da cidade, mas não cheguei a usá-lo. As minhas pernas sabiam o caminho e os meus olhos sabiam para onde olhar. Sem dificuldade encontrei todos os lugares por onde tinha passado há 7 anos.
No sábado li novamente O Mundo Silencioso de Diamantino. Estávamos no parque Kalemegdan, junto à fortaleza. A noite estava fria mas não chovia. Antes tinham passado o filme The Graduate e havia centenas de pessoas espalhadas pela relva. Quando o filme terminou e começaram as leituras, muita gente levantou-se porque a literatura é, de longe, menos popular do que o Dustin Hoffman. Mas ainda assim umas cem pessoas resistiram ao impulso de ir para casa e ficaram para ouvir escritores a ler contos em idomas incompreensíveis. Gosto muito dessas cerca de cem pessoas.
E agora Lisboa outra vez. Mas isso nunca foi uma coisa má.
O meu corpo lembrava-se de Belgrado. Na recepção do hotel pedi um mapa da cidade, mas não cheguei a usá-lo. As minhas pernas sabiam o caminho e os meus olhos sabiam para onde olhar. Sem dificuldade encontrei todos os lugares por onde tinha passado há 7 anos.
No sábado li novamente O Mundo Silencioso de Diamantino. Estávamos no parque Kalemegdan, junto à fortaleza. A noite estava fria mas não chovia. Antes tinham passado o filme The Graduate e havia centenas de pessoas espalhadas pela relva. Quando o filme terminou e começaram as leituras, muita gente levantou-se porque a literatura é, de longe, menos popular do que o Dustin Hoffman. Mas ainda assim umas cem pessoas resistiram ao impulso de ir para casa e ficaram para ouvir escritores a ler contos em idomas incompreensíveis. Gosto muito dessas cerca de cem pessoas.
E agora Lisboa outra vez. Mas isso nunca foi uma coisa má.
Published on July 05, 2011 04:17
July 1, 2011
Os dias de Kikinda
É muito bom estar de volta à Sérvia, claro. Mas é mais do que isso. Desta vez há literatura à mistura.
Por enquanto o Festival de Conto de Kikinda está em Kikinda. Nas últimas duas noites, cerca de trinta autores de quase vinte nacionalidades subiram a um palco no jardim da biblioteca municipal e leram os seus contos. Ao que parece, também aqui os novos escritores estão na moda. Quase todos os autores convidados do festival têm menos de 40 anos, apenas um ou dois romances publicados (a estrela da trupe, uma espécie de padrinho entre nós, é o escritor irlandês Bernard Maclaverty).
Cada autor lê o seu conto na sua língua; em simultâneo, atrás, numa parede, o texto é projectado na versão sérvia e também na versão inglesa, para que todos possam seguir o autor que lê. É muito impressionante como tudo se complementa: a leitura do texto em voz alta numa língua cujas palavras são para mim indecifráveis impõe a sonoridade e o ritmo à leitura que eu faço em silêncio em inglês.
Em mesas de café e bancos de jardim, 150 pessoas acompanham a literatura com cerveja e schnapps. E ao longo de duas horas, os autores sucedem-se no palco para ler histórias e na audiência o silêncio profundo é apenas interrompido pelos aplausos no final de cada leitura.
Ontem à noite li o conto O silencioso mundo de Diamantino, do meu livro HISTÓRIAS POSSÍVEIS.
Hoje, depois de almoço, seguimos para Belgrado e nas próximas duas noites as leituras vão repetir-se ali. E há uma ansiedade evidente entre todos: a experiência de Kikinda foi muito gratificante.
Nota final: só ontem à noite me apercebi que tinha saudades de comer um burek às três da manhã.
Por enquanto o Festival de Conto de Kikinda está em Kikinda. Nas últimas duas noites, cerca de trinta autores de quase vinte nacionalidades subiram a um palco no jardim da biblioteca municipal e leram os seus contos. Ao que parece, também aqui os novos escritores estão na moda. Quase todos os autores convidados do festival têm menos de 40 anos, apenas um ou dois romances publicados (a estrela da trupe, uma espécie de padrinho entre nós, é o escritor irlandês Bernard Maclaverty).
Cada autor lê o seu conto na sua língua; em simultâneo, atrás, numa parede, o texto é projectado na versão sérvia e também na versão inglesa, para que todos possam seguir o autor que lê. É muito impressionante como tudo se complementa: a leitura do texto em voz alta numa língua cujas palavras são para mim indecifráveis impõe a sonoridade e o ritmo à leitura que eu faço em silêncio em inglês.
Em mesas de café e bancos de jardim, 150 pessoas acompanham a literatura com cerveja e schnapps. E ao longo de duas horas, os autores sucedem-se no palco para ler histórias e na audiência o silêncio profundo é apenas interrompido pelos aplausos no final de cada leitura.
Ontem à noite li o conto O silencioso mundo de Diamantino, do meu livro HISTÓRIAS POSSÍVEIS.
Hoje, depois de almoço, seguimos para Belgrado e nas próximas duas noites as leituras vão repetir-se ali. E há uma ansiedade evidente entre todos: a experiência de Kikinda foi muito gratificante.
Nota final: só ontem à noite me apercebi que tinha saudades de comer um burek às três da manhã.
Published on July 01, 2011 02:26
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