Igor Marcondes's Blog, page 4

January 18, 2020

Rotina

Sempre que olho pro passado

minha galáxia colapsa

estrelas surgem

explosões energéticas

meu coração chora

medos aparecem

pulsações sanguíneas

e quando tudo esfria

preciso recriar meus planetas

escolher meus satélites

preciso controlar a respiração

escolher meus passos


brincar de deus cansa…

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Published on January 18, 2020 13:13

January 11, 2020

Visceral

meu coração bombeia sangue

minha alma, poesia

enquanto um dá vida

a outra dá emoção

sinto as veias vibrarem

e dou risada

sinto as pulsações sob a pele

e quero chorar

meu dna de poeta

sangra nas palavras

e se expressa nas entrelinhas

querendo me doar

ele quer ser outro

e estancar a sangria

deste poema carnal

porque se sou todas essas palavras

também me falta o ar,

o amor, o futuro

e acima de tudo, me falto

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Published on January 11, 2020 04:54

January 9, 2020

Reflexos unificados

Ele só tinha uma vida nas mãos

e ao olhá-la, reconheceu reflexos,

percepções perdidas no tempo,

ilusões arquitetadas pela imperfeição


Decidiu espelhar-se nas imagens,

concentrar seus anseios nelas,

viver cada uma das experiências

sem exigir de si nada além de coragem


Ingenuidade de quem ainda deseja,

pureza de quem é totalmente sincero;

logo perceberá que cair é essencial

para que nos reflexos ele se veja

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Published on January 09, 2020 13:02

January 8, 2020

Entrelaçados

Na bifurcação

onde se cruzam

os caminhos individuais

a confluência desafia


te encontro insatisfeito

desprezado por sua luz

desejado por sua escuridão


nos seus pulmões o ar rarefeito

no seu coração nada se produz

e seu cérebro ruma à destruição


Minhas mãos te abraçam

e te digo sem falar

nossos destinos deram nó

para em seguida desatar


agora que sabemos como

podemos nos amarrar

mas não bastará querer

se não deixarmos o passado passar

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Published on January 08, 2020 09:52

January 7, 2020

Existência

Não sei o que dizer

muita coisa não entendo

sentimentos que definharam

agora vejo crescendo

desejosos de viver

revisitar lugares

e novamente morrer

ciclo inevitável

que me confunde

e me faz o responsável

por tudo o que me ilude

reflexo que precisa se extinguir

dentro do desafio de existir

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Published on January 07, 2020 04:08

January 6, 2020

Meu caminho

Sentado

a coluna ereta

os olhos fechados

senti que partia

saí de mim para o destino

a estrada que não conhecia

no caminhar

abandonei desejos

cortei vínculos

e não levei corda pra amarrar

porém, atestei temente

era só mais uma via

mais um truque da mente

desejo que desvia

só me restava uma opção

reconhecer que deveria ficar

nada de me esquecer

nada de me abandonar

ficar e ser eu

viver meus extremos

sem questionar

me preocupar menos

se há onde chegar

e chorar mais

tudo o que pode machucar

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Published on January 06, 2020 03:12

January 3, 2020

Empreendedor

Iluminou-se segundo as próprias convicções. Com ele é assim: recebe as teorias e as mastiga conforme o apetite, regurgitando de acordo com um ponto de vista egoísta e megalomaníaco que, é claro, ele mesmo considera o melhor. Ninguém alcançará o Nirvana dele. Nem mesmo a própria mãe, que ele gosta de dizer que, por conta das doenças e dos remédios, já não é a mesma pessoa, pelo menos não espiritualmente. Ele tem que se afastar de todas as conexões para ser dono delas, pois ele é um empreendedor da vida: investe nela conforme o mercado indica ser promissor e a renega de acordo com novas possibilidades de sucesso individual. O fim dele ainda não chegou, mas é mais do que previsível, posto que ele não aprendeu o que pensa ter aprendido: autodestruição.

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Published on January 03, 2020 12:18

December 31, 2019

Três atos: de 23 a 29

Sobrevivemos alguns anos

mas a tristeza cresceu

findamos nossos planos

e o futuro nos esqueceu

Desacostumado da liberdade

senti a solidão como prisão

não agia com naturalidade

pois não sentia meu coração

Morri para continuar

escrevi para sobreviver

mas precisava retornar

ao caminho onde me vi nascer

O coração, enfim, acalmou

pois entendeu a missão

reconheceu que amou

e ainda está em construção


*Três atos: chegaremos ao fim de mais uma década e, com isso, iniciarei meu trigésimo ano de vida. Esse fato me fez repassar mentalmente minha história e ela pediu pra ser transcrita em forma de poemas. Em três períodos, me autobiografei por meio da rima, numa tentativa de me reconhecer para começar o próximo ano ciente do que posso encontrar pelo caminho, mas também com a intenção de criar conexões através das similaridades, posto que a solidão não deve ser constante, apenas uma lição vivida.

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Published on December 31, 2019 04:27

December 30, 2019

Três atos: de 17 a 22

Mudança anunciada

no pedido silencioso

queria vida desregrada

e provar do novo gozo

O interior virou capital

sonho vivido na realidade

deixei o passado no umbral

e vivi amor sem idade

Por ele, montanhas escalei

anúncio de marca permanente

em outra língua me renunciei

e tudo ficou incoerente

As lágrimas surgiram

vieram da relação

os medos seguiram

prevendo a rejeição


*Três atos: chegaremos ao fim de mais uma década e, com isso, iniciarei meu trigésimo ano de vida. Esse fato me fez repassar mentalmente minha história e ela pediu pra ser transcrita em forma de poemas. Em três períodos, me autobiografei por meio da rima, numa tentativa de me reconhecer para começar o próximo ano ciente do que posso encontrar pelo caminho, mas também com a intenção de criar conexões através das similaridades, posto que a solidão não deve ser constante, apenas uma lição vivida.

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Published on December 30, 2019 04:46

December 29, 2019

Três atos: de 0 a 16

Eu sei o que não me lembro

dos tempos em que levitava

carregado pelo amor novo

de quem aprendia e ensinava

Mas meus pés tocaram o chão

e entre espinhos e grama

caminharam em oração

por influência de quem ama

Logo as bocas falaram

as palavras foram lidas

e os sentimentos que brotaram

eram vontades proibidas

A fé foi questionada

precisou acabar

da cruz foi retirada

e comecei a sangrar


*Três atos: chegaremos ao fim de mais uma década e, com isso, iniciarei meu trigésimo ano de vida. Esse fato me fez repassar mentalmente minha história e ela pediu pra ser transcrita em forma de poemas. Em três períodos, me autobiografei por meio da rima, numa tentativa de me reconhecer para começar o próximo ano ciente do que posso encontrar pelo caminho, mas também com a intenção de criar conexões através das similaridades, posto que a solidão não deve ser constante, apenas uma lição vivida.

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Published on December 29, 2019 05:23

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