Igor Marcondes's Blog, page 12

September 22, 2019

Descoberta corporal

Vou me tocar. Como é que é? Tô indo ali no quarto me tocar. Se trocar… a gente vai sair? Não, não vou me trocar, vou me tocar. Ele ficou em silêncio. Era possível que ela tinha mesmo falado que iria até o quarto se tocar? Enquanto isso, ela o encarava, isenta de emoções passíveis de reconhecimento facial. Já volto. Alguns segundos depois, ele ouviu os gemidos. Sons que nunca tinha escutado ela fazer antes. Abaixou o volume da TV para ter certeza. Sim, eram sons de um prazer sem igual. Acho que nunca me toquei assim. E foi então que percebeu o erro. Começou a se tocar também, descobrindo um novo prazer. Os dois gemidos se encontraram no êxtase. Ela abriu a porta e viu ele ali, pronto para ser tocado e tocar de verdade. Sentou-se no colo dele, olhando-o com brilho nos olhos. Amor, agora sim vamos nos trocar.

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Published on September 22, 2019 06:36

September 21, 2019

Capital vital

Houve uma confusão:

poder de compra

não é liberdade,

o dinheiro é a nossa prisão


o bem mais valioso

é moeda de troca,

um empréstimo absurdo

por segundos de gozo


os juros serão cobrados

mas sua vida não pode voltar

usada como pagamento

será sua ao se revolucionar

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Published on September 21, 2019 11:17

September 20, 2019

Risco de vida

A faixa amarela divide os dois caminhos, ida e vinda. No caso dela, queria conduzir o carro bem em cima da faixa, indo e vindo ao mesmo tempo. Como isso era perigoso, apenas seguiu o caminho até a cidade. Entrar ali era como sair de si, mas não tinha ideia para aonde ir se não precisasse ficar. Por isso, queria dirigir em cima da linha amarela da vida. Porém a vida não se dirige com tanta estabilidade como um carro, e ela já tinha perdido o controle dos dois. Chocou-se com um poste. Saiu do carro com a mão direita na testa, não pela dor, mas pelo problema que tinha criado por estar pensando na vida. Assim, entendeu que quando se vive distraído com a vida, corre-se risco de perdê-la.

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Published on September 20, 2019 04:41

September 19, 2019

Minha experiência como autor independente – parte IV: as outras profissões*

Apesar de ser uma experiência pessoal, tenho quase certeza que a maioria de nós, autores independentes, exercemos outras profissões enquanto produzimos nossos textos, certo?


No meu caso, além de escrever aqui no Autorias e publicar meus livros, sou revisor de textos, redator e cozinheiro. Como você pôde entender, infelizmente, ainda não ganho dinheiro suficiente com meus livros para deixar os outros trabalhos, o que, para mim, seria o ideal.


Hoje, porém, não escrevo este texto para negativar o fato de que preciso me desdobrar de diversas formas para publicar meus textos. Venho reconhecer a importância dessas ocupações na minha vida, a começar pelo fato de que, se não fosse por elas, eu sequer teria R$ 10 para impulsionar uma publicação no Instagram (os outros benefícios servem para outro texto).


Ok, num mundo ideal, eu teria apenas que me sentar em frente ao computador e escrever todos os dias. Esse é o meu objetivo. Mas é cozinhar, revisar e redigir textos o que me permite fazer isso algumas horas por dia, alguns dias na semana. Prefiro pensar que é melhor que nada.


Há alguns meses, eu sequer pensava que ganharia qualquer dinheiro com a Amazon. Agora, mesmo sendo uns trocados, me motivo a continuar exercendo as outras profissões para, quem sabe, investir cada vez mais naquela que realmente me completa.


Nesse sentido, como autor independente, é importante ver essas outras funções como financiadoras, do contrário, elas se tornam inimigas desmotivadoras, e todos sabemos que isso pode minar qualquer sonho, né?


Portanto, qualquer apoio é bem-vindo, seja uma curtida no Instagram, um compartilhamento no Facebook ou uma avaliação na Amazon e no Goodreads.


*Artigo publicado originalmente no LinkedIn.

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Published on September 19, 2019 06:39

Em busca de equilíbrio

Os pés devem estar no chão

mas podem ser leves

caso você queira voar

por isso

é preciso sentir na pele

os abraços

morder os lábios

e falar de amor

também tem que chorar

sofrer um pouco

e se concretizar

mas sem exageros

porque sonhar é fundamental

pra suportar a dor de ser

o que se é sem saber como:

real

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Published on September 19, 2019 05:29

September 17, 2019

Tentando explicar

Como posso descrever essa sensação?

Tem um horizonte na minha frente

mas tudo o que imagino

é a distância entre nós

e as chances de ser tudo em vão


Também posso dizer

que tem um vulto mau

dentro do meu quarto

espreitando atrás da porta

me esperando ceder


Posso falar sobre a confusão

que se instaura na vista

e me faz ver tudo

cheio de um nada

em profusão


Mas para entender de verdade

eu posso te dizer

que é tão ilógico

como se autoaprisionar

para desejar a liberdade

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Published on September 17, 2019 16:32

September 16, 2019

Perdão dado é perdão recebido

Você não é tóxico

mas foi tóxico pra mim

e isso somente

não acredito que haja mal

nascido ou criado

que defina alguém

eternamente

então liberte-se da culpa

para não ser tóxico

com outra pessoa

novamente

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Published on September 16, 2019 14:49

September 15, 2019

A vontade de mudar

É difícil imaginar que poderia ser diferente

quando tudo parece sempre igual

ou o passado soa atraente

mas se esse pensamento existe

também existe a vontade de mudar

o que fará o futuro ser diferente

é entender o que a nostalgia quer dizer

e deixá-la falar por uns minutos

talvez horas, até o dia nascer

pois se apenas a ouvirmos, ela se cansa

e, sem receber resposta, ela se vai,

sobrando o presente e o desejo de mudança

que só por serem visitados pela nostalgia

já estão em curso, no caminho da esperança

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Published on September 15, 2019 15:16

September 14, 2019

Sem grades

Não há beleza

no canto do pássaro

que está na gaiola

porque a dor

quando cantada

não é pra ser bonita

é pra ser libertada

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Published on September 14, 2019 16:16

September 13, 2019

Olhe para o céu

Ainda que eu levantasse as mãos para o céu,

não poderia alcançar as nuvens,

tão altas, impossíveis,

elas se desfazem diante do meu desejo;

são como sonhos alados

que voam tão logo reconheço suas formas;

dou nomes a elas,

sorrio para mostrar que estou feliz

e que, apesar de não tocar a maciez líquida,

atinjo todas com minha visão;

são anseios furtivos que choverão no fim da tarde,

anunciando o novo ciclo,

me direcionando para o horizonte,

reconhecendo em si mesmas o valor

daquilo que é vívido e passageiro

como a vida, a estação

eu e o tempo,

inalcançáveis, todos nós,

mas visíveis para quem presta atenção.

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Published on September 13, 2019 17:52

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Igor Marcondes
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