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“São os espíritos superficiais que mais crêem nos êxitos retumbantes, nas fórmulas fáceis para vencer, pois isso lhes lisonjeia a incapacidade e a fraqueza de vontade.Os lances engenhosos, em que se torce a moral para obter um mais rápido efeito, conseguem grande público.Mas a vida, cujas leis são infinitamente mais sóbrias, mais puras que as dos homens, não as aceita”
― A Sibila
― A Sibila
“O sofrimento é como a liberdade: só aos corações de grande fortaleza pode aproveitar, aos outros humilha-os e corrompe-os, e mais nada.”
― Contemplação Carinhosa da Angústia
― Contemplação Carinhosa da Angústia
“É nas coisas simples e sem originalidade que reside o segredo do sentimento humano.”
― Mundo Fechado
― Mundo Fechado
“As coisas feias são tão próprias do mundo como as bonitas. Tu és muito nova, menina, e, no colégio, não fazem outra coisa senão tapar-te os olhos- o que é um engano, menina. Conhecer o mal é já uma defesa. Onde não há inocência, pode haver pecado; mas onde não há sabedoria, há sempre desgraça.”
― A Sibila
― A Sibila
“Conhecer o mal é já uma defesa. Onde não há inocência, pode haver pecado; mas onde não há sabedoria, há sempre desgraça.”
― A Sibila
― A Sibila
“É muito importante a dificuldade, é muito importante os passos serem dados lentamente e a pessoa sentir que não é fácil escrever. Como não é fácil viver, de resto.”
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“A pena que tenho sempre que me vou embora não está no momento da partida, mas em todas as mudanças que sou obrigada a fazer, quando retiro outra vez o meu pente e a escova de dentes da prateleira do lavatório. Aqueles espaços vazios significam mais do que saudade, dão-me a impressão de que alguma coisa acabou, e que eu tenho culpa de que isso acontecesse". Isto não era um diário, mas simplesmente uma carta para sua mãe. E acrescentaria, anos depois: "Mudar de hábitos e de lugar, que é senão uma fútil maneira de encarar a morte?”
― A Sibila
― A Sibila
“Francamente – porque pensam que eu escrevo? Para incomodar o maior número de pessoas, com o máximo de inteligência. Por narcisismo, que é um facto civilizador.”
― Contemplação Carinhosa da Angústia
― Contemplação Carinhosa da Angústia
“A memória elabora a melhor das artes; a imaginação só as respeita quando não as perturba.”
― Contemplação Carinhosa da Angústia
― Contemplação Carinhosa da Angústia
“A nossa era é consagrada ao sucesso, e não à eternidade do homem.”
― Contemplação Carinhosa da Angústia
― Contemplação Carinhosa da Angústia
“É esta a mais grandiosa história dos homens, a de tudo o que estremece, sonha, espera e tenta, sob a carapaça da sua consciência, sob a pele, sob os nervos, sob os dias felizes e monótonos, os desejos concretos, a banalidade que escorre das suas vidas, os seus crimes e as suas redenções, as suas vítimas e os seus algozes, a concordância dos seus sentidos com a sua moral. Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos, ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol, para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstrato, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.”
― A Sibila
― A Sibila
“Cada indivíduo tem um espaço muito limitado de operação e o seu cérebro trabalha num pequeno circuito de observações; a sua evolução é restrita ao que o rodeia e aos factores exteriores mais próximos.A educação sem grandes exigências de comportamento social e intelectual, leva-os a formar uma personalidade mesquinha, às vezes ressentida e admiradora de extremos, como da liderança de um chefe.”
― Antes do Degelo
― Antes do Degelo
“Não há sentido mais amplo do que o que realiza a personalidade, consumando a liberdade. Tudo o que eu escrevo se destina a interessar as pessoas na sua própria entidade. Daí, muitas vezes, ela ter um efeito devastador, a obra e a pessoa que a produz. Sobretudo a pessoa, devo dizer. Eu desmarco os outros da rotina, espanto a manada. Depois os efeitos são maravilhosos, combinam com a imortalidade.”
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“Não há um letrado que não veja nas letras senão uma ferramenta, e não um estado de graça.”
― Os Meninos de Ouro
― Os Meninos de Ouro
“De certa maneira era uma mulher misteriosa. O hábito da infelicidade impusera-se-lhe, quase se lhe afeiçoara. O que ultrapassava nela todos os conceitos morais era a fidelidade ao seu destino”
― As Pessoas Felizes
― As Pessoas Felizes
“A avó, já velhíssima então, proporcionava-lhe um assombro inquieto, pois, perdendo o equilíbrio das suas faculdades, parecia que se desumanizava. Falava muito, sempre coisas da sua juventude, e não compreendia que o marido tivesse morrido. “Quando o teu pai vier...” — dizia a Quina. Ou: “Prepara-lhe aí um bocado de vinho quente, para que o tome quando chegar.” E Quina respondia, invariavelmente e com modo cheio de doçura. “Sim, minha mãe. Já vou, senhora.” Nestes momentos, Germa cravava nas duas os olhos atemorizados e duvidosos; era como se o espaço extensíssimo duma época que não vivera se lhe colocasse diante, sem que ela deixasse de sentir-se expulsa, mais do que distante, desse tempo morto, porém inesgotável.”
― A Sibila
― A Sibila
“Mas a história nunca principia. Ela permanece incubada ou precipita-se, e na realidade vive mais nas suas hipóteses do que na sua evolução concreta.”
― As Pessoas Felizes
― As Pessoas Felizes
“Viu que estava irremediavelmente longe da mediana história local, e que os seus tesouros eram afinal uma sentença que a colocava em liberdade vigiada para toda a vida.”
― Os Meninos de Ouro
― Os Meninos de Ouro
“Mas o amor é uma canificina em que não se morre logo.Fica-se estendido no campo de batalha, vendo os corvos a passar no ar, e o sentimento é de ser-se um excremento que o sol vai reduzindo até que um escaraveho o pode usar para seu proveito.”
― Antes do Degelo
― Antes do Degelo
“O medo provém dum certo cultivo da imaginação, da consideração extrema pela vida, que é coisa distinta do amor por ela; considera-se aquilo que se teme perder, mas amar é sempre um estado de audácia, de êxtase, situação de jogador que lança os seus dados e arrisca.”
― A Sibila
― A Sibila
“Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos, ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstracto, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.”
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“Tinha lido tanto que do seu regime do coração pouco ou nada se aproveitava.Era muito interessante tudo o que ela dizia, só que ligeiramente, ou mais que ligeiramente, deturpado. A verdade era que o pouco uso dado ao cérebro sem o acordo do coração apressava a senilidade.”
― Antes do Degelo
― Antes do Degelo
“Pessoas como Nel não são alienáveis; existem em função das fascinações que se destinam apenas a manter nas suas vidas um compromisso autónomo de qualquer sinceridade para com as situações" Não é fácil entender esta Agustina...”
― As Pessoas Felizes
― As Pessoas Felizes
“Passamos bem sem quem nos ama, mas não sem quem nos diverte.”
― Antes do Degelo
― Antes do Degelo
“Deveras não tinha queixas dos amos e não era movida pela cupidez ou a leviandade; era possuída dum vício que seria dominante do seu carácter pela vida fora, aquilo que determinaria a sua vocação, a sua fortuna, e havia de muitas vezes atrair-lhe a fama de ingrata e de coração árido, essa paixão, esse grave apetite da alma era a insatisfação de todo o convívio, o que fazia despertar nela uma espécie de desprezo pelas regalias obtidas, pelos amigos e fidelidades fixas, pela estabilidade sentimental e as razões de bom proveito, Mal a rotina lhe aparecia com a sua nitidez de paredes conhecidas e gente sem segredos, ela entrava em crise, projectava fugas, intrigava pela liberdade; no príncipio davam crédito aos seus lamentos algo alucinados, auxiliavam-na e ouviam-na com uma estupefacção maravilhada, depois abandonavam-na um tanto ao seu capricho de viver sempre na folga de todas as dedicações, no desprendimento de todas as forças que constrangessem a sua vontade e a sua boémia de coração.”
― O Sermão do Fogo
― O Sermão do Fogo
“Há tipos extraordinários sob roupagens subtraídas a mitos vulgares. Parecem destinar-se à opulência, desenvolver-se ao sabor das experiências, revestir-se das forças mais complexas, e afinal não se moveram um passo dos berços, não deixaram de segurar a mão terrível da mãe, e de esperar uma revelação que não é deste mundo. Paramentam-se com os belos trapos, aspiram e rejeitam todas as oportunidads, sugam o sangue dos amantes, endividam-se com a morte, rivalizam com uma geração inteira de vencedores, de inveções, planos, paisagens e conflitos geniais. Um dia são surpreendidos por um estranho medo, começam a sentir a fobia dos recintos fechados, a ter convulsões e agonias, a querer ver gente reunida e a julgar-se perseguidos ou que os inoram propositadamente. Não são capazes de passar uma hora sozinhos, de meditar sobre um livro, ainda que o recitem de cor; procuram os excitantes e preferem as companhias ruidosas, não são amigos de ninguém, são espectadores de toda a gente. Certo dia estão cadavéricos e prostrados, com rugas precoces e olhos fundos, outras vezes apresentam-se cheios duma mocidade impertinente, afrontando até as razões do coração com uma espécie de vandalismo insuportável. Esta irregularidade marca em geral o princípio duma neurastenia, e em breve se desenha um surto de razoabilidade, parecem de repente as pessoas mais coerenttes do mundo, aprofundam a alma, voltam-se para as coisas superiores, abeiram-se dos problemas sérios, discutem sociologia e política. Mas ainda isso é uma farsa; apenas buscam alimento para o tédio, para a doença da vontade, para o tremendo desencontro que têm de viver entre a sua inaptidão natural e a exigência duma sociedade em que estão sempre intrusos. Essa ideia de serem intrusos na família, na profissão, nos contactos humanos, acompanha-os por toda parte. Vivem num estado de alarme contínuo, encolerizam-se quando deviam ser fleumáticos, mostram-se passivos quando deviam reagir com energia; não têm nunca apetite e percorrem cem quilómetros para comer um bife requentado num ambiente exótico ou numa sala cheia de lacaios fardados; não gostam de música e envolvem-se em ruídos enervantes, em sinfonias caricaturais; não amam a boémia nem o vino e embriagam-se por intolerância de si mesmos.”
― O Sermão do Fogo
― O Sermão do Fogo
“Quer-se a dor para sempre quando ela nos trouxe ao peito e foi a nossa ama”
― Fanny Owen
― Fanny Owen
“Luís Matias tinha a qualidade mais inefável no amor e na política: não possuía memória, excepto do que agrada e ilumina a vaidade.”
― Ordens Menores
― Ordens Menores
“Não há borboletas que despregam as asas de vivas cores para aterrorizarem os seus predadores? Na mulher, essa informação da beleza (...) atua como algo de ameaçador”
― Fanny Owen
― Fanny Owen